Opep+ aumentará produção menos do que o previsto em janeiro AFP
Membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados decidiram limitar a 500.000 barris diários o aumento de sua produção em janeiro, em vez dos 2 milhões previstos inicialmente, anunciou nesta quarta-feira (3) o Ministério cazaque da Energia.
“Decidiu-se aumentar a oferta de petróleo em janeiro de 2021, com um aumento total da produção de 500.000 barris por dia”, informou o ministro após uma reunião com colegas via videoconferência.
A Opep confirmou o acordo e assinalou que o reajuste reduz os cortes a 7,2 milhões de barris diários, frente aos 7,7 milhões atuais. A decisão parece resultado de um compromisso entre os países que desejavam prorrogar os cortes atuais e os que buscavam se ajustar ao calendário decidido após duras negociações realizadas em abril de 2020.
A primeira onda da pandemia levou a uma queda da demanda e dos preços do petróleo. Após negociações as negociações de abril, a Opep+, que inclui a Rússia, optou por cortes drásticos na produção, para evitar a queda dos preços.
A decisão de hoje foi anunciada após uma reunião ministerial que começou antes das 15h GMT, após uma semana de negociações formais e informais entre os 23 membros da aliança.
O esforço acertado nos últimos meses, difícil para as finanças dos exportadores, freou a queda vertiginosa dos preços do óleo cru. A segunda onda da pandemia acabou com a esperança de uma recuperação rápida do crescimento mundial e dos movimentos de bens e pessoas consumidoras de combustível.
— ‘Não é um cenário de pesadelo’–
Os mercados receberam positivamente a decisão. Os dois preços de referência – o Brent do Mar do Norte e o WTI americano – subiram mais de 1% e eram negociados, respectivamente, a 48,83 e 45,74 dólares o barril às 18H10 GMT.
“Não é o cenário de pesadelo que o mercado temia, tampouco o que esperava há algumas semanas”, declarou a analista Paola Masiu, da Rystad.
A alta acontece em meio a uma subida recente dos preços, da ordem de 25% em novembro para o WTI e o Brent, o melhor mês desde maio, graças à esperança de uma vacinação em massa contra a Covid-19 e à perspectiva de regresso a uma demanda normal de petróleo, o que levou alguns países a reavaliar a necessidade de um corte tão importante da produção.