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Na Argentina, autopeças encolhem com baixa escala

Graças às exportações ao Brasil, a produção de veículos na Argentina cresceu de apenas 159 mil unidades em 2002 para o pico de 829 mil em 2012 e, seguindo a crise no vizinho, baixou a 467 mil em 2018. O movimento de alta, no entanto, não foi acompanhado pela indústria local de autopeças, que produz componentes de baixo valor agregado, tem baixa participação no fornecimento às 12 montadoras instaladas no país e há anos vem sofrendo processo de encolhimento devido à baixa escala e falta de competitividade.

Esse foi o cenário apresentado aos colegas brasileiros por Raul Amil, presidente da Afac, a associação de fabricantes de autopeças da Argentina. Ele participou do Encontro da Indústria de Autopeças, realizado na segunda-feira, 22, pelo Sindipeças, entidade que reúne cerca de 500 empresas do setor no Brasil.

Especialização a Argentina já tem, em picapes, é o quarto maior fabricante do mundo desse tipo de veículo (atrás de China, Estados Unidos e Tailândia), com a produção de modelos da Ford, Toyota, Volkswagen e, mais recentemente, Nissan. Contudo, a escala segue muito baixa, apenas a Toyota produziu mais de 100 mil unidades no país em 2018, o que torna mais competitivo importar componentes. “O alto nível de importação também é uma barreira logística nacional para o aumento da produção nacional de veículos”, pontua o presidente da Afac.

Em 2012, com a produção de 829 mil veículos no país, o déficit na balança comercial de autopeças argentina foi de US$ 7,2 bilhões, quase o mesmo valor do saldo negativo registrado em 2018, de US$ 7,4 bilhões, produzindo apenas a metade. Os valores comprovam a acelerada evolução do processo de desnacionalização da indústria automotiva no país vizinho.

Segundo Amil, a Argentina tem perto de 450 fabricantes de autopeças, mas apenas 153 são fornecedores diretos de primeiro nível (tier 1). Destes, somente 27 fornecem para mais de seis das doze montadoras instaladas no país, 43 deles só abastecem o máximo de 2 fábricas de veículos.

Fonte: Automotive Business

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