Ministros do G20 dizem que esforço contra crise não deve atrapalhar cadeia de alimentos
Ministros da Agricultura e Alimentação do G20 concordaram em uma reunião virtual nesta terça-feira que medidas de emergência para impedir a disseminação do novo coronavírus não devem prejudicar as cadeias globais de suprimento de alimentos.
A reunião extraordinária ocorreu enquanto bloqueios em todo o mundo diminuíram cadeias globais de fornecimento de alimentos, deixando alguns agricultores incapazes de levar produtos aos consumidores, com países produtores restringindo as exportações.
“Concordamos que as medidas de emergência no contexto da pandemia da COVID-19 devem ser direcionadas, proporcionais, transparentes e temporárias, e que elas não criem barreiras desnecessárias ao comércio ou perturbações nas cadeias globais de fornecimento de alimentos e sejam consistentes com a Organização Mundial Comércio (OMC)”, afirmou o grupo.
Uma importante autoridade do Banco Mundial, Mari Pangestu, também alertou na reunião contra barreiras à importação e restrições à exportação, pedindo a cooperação global para evitar crises alimentares.
Os ministros do G20 disseram que se protegeriam contra quaisquer medidas que levem à volatilidade excessiva dos preços dos alimentos ou que ameacem o suprimento de alimentos.
O suprimento de grãos básicos é abundante em todo o mundo, mas alguns países produtores indicaram que limitariam suas vendas no exterior para priorizar o fornecimento doméstico.
As limitações surgem quando os melhores importadores de alimentos se esforçam para reforçar suas próprias reservas aumentando as compras do exterior.
A Rússia, maior exportadora de trigo do mundo, disse na semana passada que suspenderia exportações de grãos até 1º de julho, uma vez esgotada a cota de exportação de 7 milhões de toneladas, o que provavelmente acontecerá em meados de maio.
Se a cota da Rússia estiver esgotada até essa data, poderá aumentar as compras feitas pelo Egito para aumentar estoques.
O Egito, maior comprador mundial de grãos, encomendou 180 mil toneladas de trigo russo, na tentativa de eleva suas reservas.
Os bloqueios atingiram duramente alguns fazendeiros à medida que a demanda de restaurantes e outros compradores desapareceu, e em alguns casos a lixeira se tornou mais viável economicamente do que pagar pelo trabalho e transporte para vendê-los.
O ministro de Meio Ambiente, Água e Agricultura da Arábia Saudita, Abdulrahman al-Fadhli, disse que seu país trabalhará para garantir que as cadeias de suprimento de alimentos sigam operando à medida que a batalha contra o Covid-19 continua.
Os estados do Golfo dependem da importação de alimentos para 80% a 90% da demanda local.
Fonte: Reuters