Opinião

Milton Lourenço: Porto de Santos em boa fase

Os serviços executados pela Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) para manter a profundidade do canal de navegação do Porto de Santos em cerca de 15 metros, bem como as obras de compatibilização de berços e bacias de evolução e outras promovidas pelos terminais privados, têm estimulado a presença de navios de maior capacidade no complexo portuário. O resultado disso pode ser comprovado nos números divulgados pela Codesp: o Porto de Santos fechou 2018 com recorde de movimentação de cargas, estabelecendo a marca de 133,16 milhões de toneladas, número 2,5% superior ao resultado observado em 2017.

A marca superou até mesmo a projeção feita pela Codesp já ao fim do segundo semestre, que era de 131,5 milhões, em razão principalmente do aumento de carga solta em novembro. Tampouco a anunciada desaceleração no movimento de contêineres em dezembro se confirmou, o que mostra que o Porto vive um momento auspicioso em suas operações, apesar das dificuldades que enfrenta, especialmente neste momento em que várias intervenções viárias são realizadas nas vias de acesso ao complexo portuário, especialmente na Via Anchieta e na entrada da cidade de Santos, o que tem contribuído para o aumento dos congestionamentos.

Apesar disso, os embarques ultrapassaram 94,3 milhões de toneladas, marca também recorde, com aumento de 0,8% sobre 2017, quando o registro foi de 93,5 milhões. A soja a granel foi a carga de maior movimentação, com uma evolução de 24,9%, chegando a 20,5 milhões de toneladas. É de se destacar que a exportação de soja foi favorecida pela seca que se registrou na Argentina, que aumentou a demanda pelo produto brasileiro, e pela crise entre Estados Unidos e China, que levou o país asiático a buscar alternativas para substituir o grão norte-americano.

Depois da soja, o açúcar foi o produto mais embarcado, com 15 milhões de toneladas, embora tenha registrado uma queda de 27% em relação ao acumulado em 2017, quando a marca foi de 20,6 milhões. Mesmo assim, a movimentação de açúcar a granel foi 4,5 toneladas inferior à de 2017 e a do milho a granel, 1,6 tonelada menor, em função de fatores climáticos e turbulências no mercado internacional.

O milho foi o terceiro produto mais embarcado, com 12,6 milhões de toneladas. A celulose ficou em quarto lugar, com 4,6 milhões, com uma evolução de 51,4% em relação a 2017, seguida por sucos cítricos, com 2,3 milhões. Ambos, celulose e sucos, registraram recorde de movimentação.

Os desembarques no período também registraram recorde, com 38,8 milhões de toneladas, crescimento de 6,9% em relação a 2017, que registrou 36,3 milhões. O produto com maior movimentação no período foi o adubo, com 4,5 milhões, aumento de 10,7% em relação a 2017.

Embora em sua última compilação de dados a Codesp não tenha divulgado o resultado final da movimentação de contêineres em 2018, até outubro esse tipo de carga já havia registrado aumento de 8,8%, chegando à marca histórica de quase 3,5 milhões TEUs (medida padrão equivalente a um contêiner de 20 pés), enquanto em 2017 foram 3,17 milhões. Já o número de atracações em 2018 ficou estável comparado com o de 2017: foram 4.853 em 2018, apenas uma a menos que no ano anterior. No mês de dezembro, foram 418 atracações, enquanto no mesmo mês do ano anterior foram 410.

Além do recorde na movimentação, é de se destacar que, ao final de 2018, a Codesp colocou em funcionamento o Sistema Docas Digital (SDD), plataforma eletrônica que promoveu uma mudança de paradigma nos procedimentos internos da empresa. Com isso, a movimentação de papéis entre os diversos setores da companhia começa a ser eliminada, dando maior segurança e agilidade ao trabalho, além de maior eficiência nos serviços prestados pelo Porto de Santos.

Fonte: A Tribuna

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