Mercado de contêineres em expansão ajuda a impulsionar a recuperação da construção naval
A recente recuperação da atividade de construção naval no exterior veio com a recuperação progressiva do setor de contêineres a partir do quarto trimestre de 2020. À medida que os fretes começaram a subir e os armadores viram seus concorrentes encomendando novos navios, eles rapidamente seguiram o exemplo. Essa é a principal razão pela qual a maioria dos estaleiros da Coréia e da China estão com a carteira repleta.
As próximas regulamentações de emissões de carbono também contribuíram para que os proprietários decidissem encomendar novos navios, com a primeira onda de meganavios de 14 mil a 15 mil TEUs agora chegando a um estágio crucial de decisão de meia-vida, muitas vezes sendo substituído por navios de maior porte de hoje, de 22 mil a 24 mil TEUs.
As avaliações são da Lloyd’s Register, para a qual outro fator que contribui é que grandes estaleiros, como Hudong-Zhonghua, na China, estão começando a lidar com o mega pedido da Qatar Gas para navios de gás liquefeito para substituir sua frota de GNL existente. E os estaleiros Jiangnan e DSIC estão se abrindo para o mercado para construções de navios gaseisor. O tamanho desses navios gigantes de gás, bem como de seus homólogos que transportam contêineres, ocupa muito espaço disponível no pátio dos estaleiros.
Os proprietários não encontram nesse momento vagas para a construção de grandes navios a serem entregues até 2024.
A competição por encomendas também mudou o equilíbrio de poder na relação estaleiros x armadores e elevou os preços das novas construções, assim como os custos crescentes do aço, o que significa que os navios na maioria dos setores estão agora cerca de 30% mais caros do que eram de 12 a 18 meses atrás.
Tudo isso levanta um problema para embarcações menores com tempos de construção mais curtos. Os proprietários estão enfrentando um desafio econômico, a saber: por que encomendar uma embarcação agora que será cara e não será construída nos próximos anos? Há também o risco de ativos ociosos se o impacto das regulamentações ambientais não for levado em consideração nas decisões operacionais e de projeto.
Fonte: Portos e Navios