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Má estrutura de portos compromete exportação de rochas ornamentais brasileiras

O Brasil é um importante player no cenário de exportação de rochas ornamentais – ranqueado como o 4º maior produtor e 6º exportador mundial de rochas. Só no ano de 2017, 117 países importaram rochas ornamentais brasileiras. As compras de apenas oito destes países superaram US$10 milhões. Os três principais importadores foram Estados Unidos, China e Itália, respectivamente, segundo levantamento mais recente da Associação Brasileira da Indústria de Rochas Ornamentais (ABI Rochas).
Figura brasileira presente em feiras internacionais do segmento, o empresário Sidney Santos atua no ramo de rochas ornamentais há mais de 40 anos e reflete sobre os proveitos econômicos vindos com o interesse do exterior. “O reconhecimento internacional da riqueza geológica oferecida pelo nosso país nos posiciona entre os principais exportadores do mundo. Estamos a frente de Espanha, Portugal e Grécia, por exemplo. Essa demanda reflete diretamente na economia nacional, 34,8% da produção brasileira de 2017 foi voltada para atendimento das exportações. Para estados como Espírito Santo, Minas Gerais e Ceará, a indústria de rochas é um importante polo de empregos”, discorre Santos.

Em 2017, o estado que respondeu pela maior parte das exportações foi o Espírito Santo. O estado é responsável por 81,7% do total faturamento e 76,2% do total do volume físico das exportações brasileiras de rochas, seguido de Minas Gerais com respectivamente 11,8% e 17,45 do total brasileiro. O estado do Ceará exportou US$ 26,6 milhões e 39,5 mil t, evidenciando tendência de crescimento. Em seguida, no ranking de exportadores, temos ainda Bahia, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Paraíba e Rio de Janeiro. Somente os cinco primeiros estados elencados anteriormente registraram faturamento superior a US$10 milhões para estas exportações.

PORTOS PRECÁRIOS PREJUDICAM EXPORTAÇÃO

Mesmo figurando uma das principais atividades econômicas do Espírito Santo, o setor de rochas ornamentais tem o crescimento diretamente comprometido pela precariedade dos portos instalados no estado. “Esta é uma queixa antiga. A falta de estrutura do Porto de Vitória, o principal para o nosso setor, afeta a competitividade das exportações brasileiras. Espírito Santo é reconhecido mundialmente quando falamos de rochas ornamentais e, pelas limitações que sofre com o porto, temos que enviar cargas para outros países saindo de São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina”, assegura Sidney Santos.

O empresário explica que as mercadorias, em maioria das vezes, são embarcadas no Porto de Vitória, mas em navio menores e que precisam levar o material para outro estado afim de que a exportação seja por fim concluída. “Apesar de ser o único terminal que movimenta containers, o porto não atende embarcações de maior porte. A carga tem que ir para outros portos para então efetivar a exportação. Isso expande os gastos e torna o trâmite muito mais demorado. Poderíamos crescer muito mais se tivéssemos estrutura adequada”, ressalta.

Ainda em 2017, os portos de Santos (SP) e Vitória (ES) responderam por 86,1% do volume físico das exportações brasileiras de rochas. A seguir vieram os portos do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro e Sepetiba), que responderam por 9,6% do volume físico exportado. Os portos de São Paulo, Espírito Santo e Rio de Janeiro concentraram, assim, 95,7% das exportações brasileiras de rochas, lembrando-se que a quase totalidade das cargas embarcadas em Santos tiveram origem no Espírito Santo.

Em agosto do ano passado, o Ministério dos transportes anunciou um estudo para a desestatização da Companhia de Docas do Espírito Santo, que administra atualmente o porto. Juntamente com outros 14 terminais portuários, a intenção de privatização do Porto de Vitória faz parte do Programa de Parcerias de Investimento (PPI).

Fonte: Jornal Dia Dia