Linhas de swap não ajudam mercados emergentes atropelados pela força do dólar
A fraqueza persistente nas moedas asiáticas emergentes nesta sexta-feira e o estresse nos mercados de financiamento em dólares mostraram que uma série de linhas de swap entre bancos centrais pouco fez para aliviar as tensões de crédito no centro do problema.
Moedas como o won sul-coreano saíram de suas mínimas, mas muito pouco, depois que o Federal Reserve assinou swaps com os bancos centrais do Brasil, Austrália, Coreia do Sul, México, Cingapura, Suécia, Dinamarca, Noruega e Nova Zelândia, permitindo acesso a até 450 bilhões de dólares.
Esse dinheiro destina-se a ajudar os mercados em dificuldades a colocar as mãos em dólares em meio a preocupações sobre a gravidade da pandemia de coronavírus para os negócios e para a economia mundial.
“Mais linhas de swap de dólares com bancos centrais serão necessárias antes que a economia global se estabilize, mas em algum momento haverá oferta de dólares suficiente para acalmar os mercados”, disse Mathieu Savary, estrategista da BCA Research.
O financiamento em dólar permanecia com prêmio, com os investidores pagando 169 pontos-base acima das taxas interbancárias para trocar o won coreano de três meses em dólares, quase três vezes o nível do mês passado.
Eles estavam pagando 46 pontos-base a mais do que as taxas interbancárias para trocar euros por dólares nesta sexta-feira, metade do nível mais cedo nesta semana, mas ainda três vezes o prêmio médio no mês passado.
Os swaps de banco central conseguiram injetar mais dólares no sistema bancário, mas o fluxo desse dinheiro para as corretoras, empresas e outros usuários finais do financiamento em dólares ainda era prejudicado por preocupações com a qualidade do crédito, disseram analistas.
E isso persistirá até que as preocupações com a atividade econômica, que quase parou por causa do vírus, se acalmem.
Fonte: Reuters