Lição da China para o mundo: fechar economia é mais fácil que reativá-la
Embora a produção industrial tenha aumentado pela 1ª vez desde que o vírus surgiu e o investimento estatal melhorado, o investimento privado segue anêmico.
A China tem uma lição para o mundo: é mais difícil reativar a economia do que fechá-la.
Dados recentes para o mês de abril, que cobrem um período em que o governo chinês tomou medidas significativas para reabrir a economia quando o coronavírus estava sob controle, mostram que as vendas no varejo continuam a cair, pois consumidores evitam restaurantes e reduzem gastos com itens não essenciais..
Embora a produção industrial tenha aumentado pela primeira vez desde que o vírus surgiu e o investimento estatal melhorado, o investimento privado permanece anêmico. Um fator preocupante para fabricantes que já enfrentam deflação e queda da demanda global: os estoques se acumulam com a oferta maior do que o consumo.
Alguns sinais de recuperação da China – especialmente na produção – podem ser vistos em uma série de dados divulgados na sexta-feira: a produção industrial aumentou acima do esperado, 3,9% em relação ao ano anterior, revertendo a queda de 1,1% em março e forte baixa nos dois primeiros meses do ano. O investimento em ativos fixos diminuiu 10,3% nos primeiros quatro meses, menos do que a retração de 16,1% no período de janeiro a março.
As vendas no varejo caíram 7,5%, acima da estimativa de 6%, pois consumidores tentam evitar multidões e dão preferência às compras on-line. As receitas de restaurantes e catering caíram 31,1% em relação ao ano anterior, após o colapso de 46,8% em março.
O aumento dos estoques reforça temores de que a retomada da produção industrial atinja um teto se a demanda continuar defasada. O acúmulo de mercadorias dificultaria qualquer recuperação do setor de manufatura e acabaria arrastando a economia em geral. Um índice de estoques subiu para 49,3 em abril em relação aos 46,1 em janeiro.
Mais bens e menos demanda também são deflacionários – não apenas para a China, mas também para o mundo. Isso ficou evidente na terça-feira, quando dados mostraram que os preços das fábricas caíram 3,1% em abril, acima das projeções.
Fonte: Bloomberg New