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JBS prepara-se para importar até 20 mil bois do Paraguai para abastecer Brasil e Europa

Para garantir o fornecimento para o mercado interno e Europa, a JBS (JBSS3) está olhando para o Paraguai, já que a restrição de disponibilidade de animais é geral. Segundo vários produtores com bastante conhecimento daquele mercado, inclusive com criação lá, a companhia já tem boi em quarentena no vizinho para ser importado para o Brasil.

Alguns produtores ouvidos por Money Times chegam a avaliar em cerca de 20 mil bois que estão cumprindo os protocolos sanitários, certamente próximos da fronteira com o Mato Grosso do Sul. Mas o produtor e confinador de Caarapó, diretor da Federação da Agricultura do Mato Grosso do Sul (Famasul), André Bartocci, único a não pedir anonimato, não confirma esse volume.

“É fato que a JBS está com animais para serem trazidos ao Brasil, o que não é de causar estranheza”, diz Bartocci, acentuando ainda que um fator a beneficiar a operação de importação de gado vivo dos países do Mercosul é que a quarentena é mais curta. Bastaria comprovar a última dose da vacina contra aftosa até seis meses antes.

Consultada a respeito, a JBS não confirma, nem nega. “Não vai comentar”, foi a resposta suscinta da área de comunicação da maior produtora e exportadora global de carne bovina, que possui quatro plantas no estado (fora as da Seara, aves e suínos).

O produtor vê semelhanças da produção paraguaia com a sul-matogrossense, mas, se confirmado o movimento da JBS, não estabelece um alerta imediato à produção local. “Claro, pode afetar um ou outro, inclusive eu que confino”, mas perto da capacidade da empresa a oferta do país vizinho é pequena.

“Mas, claro, se abriria uma nova frente”, admite.

O Paraguai, com 15 milhões de cabeças – cerca de 2 milhões a menos que no Mato Grosso do Sul – está com menor disponibilidade de animais acabados. O que também anularia a vantagem do preço, entre R$ 5,00 e R$ 6,00 a menos que no MS (em torno de R$ 190,00/200,00 na última sexta).

Outras duas características da pecuária de corte paraguaia também não trariam pressão imediata aos produtores do estado. “O país não abate fêmeas e a participação de confinamento é muito pequena”, diz o também ex-diretor da Associação Sul-Matogrossense de Produtores de Novilho Precoce.

De todo modo, vale destacar que André Cardinal, presidente do Sindicato Rural de Ponta Porã, na fronteira seca com Paraguai, diz não ter visto nenhum movimento de animais entrando no Brasil.

Fonte: Money Times

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