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Indústria paulista avalia monopólio da Petrobras na produção e no fornecimento de gás natural

O Conselho Superior de Infraestrutura (Coinfra) da Fiesp se reuniu para debater o processo de desmobilização do monopólio da Petrobras na indústria do gás natural. Conduzido pelo 2º vice-presidente da Fiesp, José Ricardo Roriz, o encontro teve a participação do diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires.

Em sua palestra Gás natural e o novo ambiente regulatório, Pires levantou questões que, segundo ele, são fundamentais para a competitividade do combustível fóssil no Brasil, como redução de custos e privatização. “Alguns movimentos já foram feitos pela antiga gestão da Petrobras, como a venda de 90% das ações da Nova Transportadora do Sudeste (NTS) e a venda de 49% da subsidiária Gaspetro. Mas, foi apenas o começo”, disse.

Dados levantados pela CBIE nos dois últimos anos apontam que a Petrobras tem domínio em todas as etapas da cadeia de gás natural: desde a Upstream, que é a exploração, a produção e o escoamento, passando pela Midstream, que se refere ao processamento e ao transporte, até a Downstream, responsável pela distribuição e pelo consumo do gás.

Atualmente, a estatal é responsável como concessionária por 75% do gás produzido e por 96% como operadora. Além de ter participação em todos os dutos de escoamento, a Petrobras detém o controle de todas as Unidades de Processamento de Gás Natural (UPGNs) e dos terminais de gás natural liquefeitos existentes. Também é sócia de 19 das 27 distribuidoras do país, sendo a maior consumidora com mais de 40% da oferta total.

Para o diretor do CBIE, a solução para o gás natural no país é acelerar o programa de desinvestimentos da Petrobras: “O gás natural é a energia da transição que vai ajudar a consolidar uma matriz cada vez mais limpa. É o que está acontecendo no mundo e o Brasil não pode ficar à margem”, afirmou Adriano Pires, ressaltando que apenas 4% das residências do país utilizam gás canalizado. Os outros 96% se dividem entre fogão à lenha, botijão de gás e outras alternativas.

O 2º vice-presidente da Fiesp, José Ricardo Roriz, destacou que as discussões servirão de base para diversas ações que possam ser tomadas em direção ao processo de desmobilização do monopólio da Petrobras na indústria do gás natural: “Temos uma matriz energética cada vez mais diversificada e uma tendência de crescimento de fontes renováveis. Em função das mudanças tecnológicas, o gás natural está se transformando em commodity. Precisamos recuperar o tempo perdido”, finalizou.

Fonte: FIESP

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