ICSK Brasil começa 2021 diversificando negócios e mirando nas áreas de mineração e óleo & gás
A chilena ICSK chegou ao Brasil no final de 2016 e, desde então, conseguiu fazer raízes sólidas por aqui. Com 2021 ainda cheirando a novo, a empresa já tem planos para expandir ainda mais sua presença no país. O foco da ICSK Brasil até então estava no setor de transmissão de energia. Agora, a ideia é diversificar os negócios, entrando em setores como mineração, óleo e gás (O&G), geração, indústria pesada, entre outros.
Especificamente para a área de mineração, os planos iniciais são conquistar ao menos três projetos nesse segmento no Brasil ainda neste ano. Até 2023, a empresa espera que seu market share nesse nicho seja de 50%, repetindo o sucesso obtido no Chile – onde a companhia atua fortemente em mineração. O gerente geral da ICSK Brasil, Robson Campos, que chegou recentemente à empresa, também detalhou os demais pontos do plano de diversificação de negócios.
Em relação a O&G, o executivo afirma que a companhia pretende atuar em obras de desenvolvimento de dutos, construção e manutenção de refinarias e projetos de unidades de processamento de gás natural. Isso tudo, claro, sem deixar de olhar para as futuras oportunidades em transmissão de energia, que foi a porta de entrada da empresa no país. “Os projetos vencedores no leilão [de transmissão] de dezembro do ano passado e também aqueles que foram vencedores em 2018 e 2019 são grandes oportunidades para a ICSK Brasil conquistar novos negócios em 2021”, afirmou Campos.
Como a empresa superou os desafios impostos pelo ano de 2020?
Nós começamos 2020 com três projetos na área de linhas de transmissão. Dois deles estavam em andamento e terminariam em 2020. O terceiro estava começando no início do ano passado e vamos terminá-lo no final deste ano.
Eu diria que nossa reação foi muito rápida. Primeiro, protegemos a vida e a saúde dos nossos colaboradores. Este é um valor importante para a companhia globalmente e também no Brasil. Contratamos especialistas em saúde para ajudar a decidir a nossa política, a fim de continuarmos os projetos sem impactar a saúde dos colaboradores. Praticamente, paramos por apenas duas semanas para realizar todo esse ajuste.
Voltamos a trabalhar com proteção. Tivemos que importar uma série de EPIs específicos para nosso time. Criamos uma nova forma de transportar e alojar os funcionários. Felizmente, não tivemos nenhuma fatalidade por Covid-19. Fizemos uma série de ações e passamos bem por esse período. O impacto em nossas obras foi pequeno em relação ao prazo. Tivemos um pequeno atraso, que foi irrelevante e considerado pelo cliente como força maior.
E quanto aos novos negócios? Como a empresa se saiu nesse aspecto em 2020?
A empresa estava mais preocupada em entregar os seus projetos do que em desenvolver novos negócios. A virada aconteceu em setembro, com a minha chegada à empresa. Colocamos em nosso plano estratégico que iríamos continuar crescendo, mas diversificando negócios ao mesmo tempo. A empresa chegou ao Brasil no final de 2016 e conquistou vários contratos de linhas de transmissão. A ICSK Brasil ficou focada em executar esses contratos e pouco concentrada em desenvolver novos negócios e contratos.
Então, o ano passado foi bom em matéria operacional e no estabelecimento de novas estratégias, mas não tão bom em novos negócios, porque não tivemos aumento da nossa carteira. Isso porque a companhia estava muito envolvida em desenvolver os projetos que havia conquistado.
Gostaria que detalhasse como será esse processo de diversificação de negócios no Brasil.
Nós definimos os segmentos prioritários nos quais vamos atuar aqui no Brasil. Serão duas principais unidades de negócios. A primeira delas é energia, focada em transmissão e também em geração. Dentro dessa mesma vertical, vamos olhar ainda para indústria pesada e óleo & gás.
Na segunda vertical, consideramos mineração e infraestrutura. Em mineração, mapeamos todos os projetos que existem atualmente no segmento. A maior parte deles está em Minas Gerais, Bahia e Pará. Existem 70 projetos na área de mineração no Brasil até o final de 2024, com US$ 40 bilhões em investimentos. Mapeamos também que a maior parte desses projetos está relacionado a minério de ferro, mas há uma fatia de 12% de projetos de minério de cobre, que é uma das grandes expertises da ICSK no Chile. Estamos avaliando cada projeto e entendendo que tipo de escopo há em cada um para identificar onde somos mais aderentes.
Já estamos com esse mapeamento bem claro e começamos a fazer um roadshow. No ano passado, já abordamos a Vale, que é o maior expoente da mineração no Brasil. Mas existem várias outras empresas que não abordamos ainda. Estamos marcando as reuniões com essas companhias. Vamos apresentar a experiência da ICSK e abordar cada um dos projetos onde temos interesse em participar.
Quais são as projeções da ICSK para o setor de mineração no Brasil?
Em nosso planejamento estratégico, temos metas mais qualitativas do que quantitativas. Queremos, por exemplo, fechar pelo menos três projetos na área de mineração nesse ano.
Nesse momento, não queremos projetos grandes. Vamos deixá-los para o próximo ano. Nosso objetivo é aumentar aos poucos a estrutura da ICSK para mineração. Não queremos ir de 0 km/h a 100 km/h em três segundos.
Queremos projetos de médio porte para preparar a empresa e azeitar a máquina. Vamos mirar nos grandes projetos só a partir do ano que vem. Quantitativamente, queremos que nosso market share em mineração na ICSK Brasil seja 50% já em 2023.
No ano passado, a ICSK entregou projetos importantes na área de transmissão de energia. Quais são os planos para esse setor em 2021?
O mercado de transmissão é muito competitivo. No leilão do dia 17 de dezembro, os deságios foram enormes. É um mercado que continua atraindo muito interesse das empresas – tanto as brasileiras quanto as estrangeiras. A ICSK fez propostas como epecista para as concessionárias que participaram do leilão e recebemos um feedback muito positivo.
Os projetos vencedores no leilão de dezembro do ano passado e também aqueles que foram vencedores em 2018 e 2019 são grandes oportunidades para a ICSK Brasil conquistar novos negócios em 2021.
Além dos projetos leiloados no ano passado, teremos mais dois leilões de transmissão em 2021 (junho e dezembro). E teremos também dois leilões de geração (junho e setembro). Estamos conversando e estudando em quais lotes daremos ênfase.
A ICSK está conversando também com vários players da área de geração, com o objetivo de mostrar o nosso portfólio. Vamos buscar parcerias com os produtores independentes de energia elétrica que vão entrar nesses leilões, principalmente em geração térmica a gás.
O senhor mencionou no início da nossa conversa que o setor de óleo e gás também fará parte de um dos pilares de negócios da ICSK no Brasil. Gostaria que detalhasse quais são os objetivos da companhia nesse mercado.
O mercado de óleo e gás é muito vasto. Queremos atuar em três segmentos onde temos maiores chances de competir. O primeiro deles é o de dutos. Temos muita expertise na construção de novos dutos.
O segundo setor é o da área industrial de petróleo e gás, me referindo a refinarias e petroquímicas. Especificamente falando de refinarias, a ideia é construir novas plantas, terminar as obras de refinarias incompletas e também realizar grandes manutenções. Temos muita expertise nisso no Chile também.
Por fim, entendemos que haverá um grande movimento em virtude da abertura do mercado de gás natural. Por isso, o terceiro setor onde queremos atuar é o de Unidades de Processamento de Gás Natural (UPGNs). Eu diria que são esses os três principais segmentos dentro da área de óleo e gás. Estamos mapeando os players e parceiros de tecnologia.
Fonte: Petro Notícias