Hyundai processará UE por impedir fusão de estaleiros
A sul-coreana Hyundai Heavy Industries anunciou que entrou com uma contestação legal à decisão da Comissão Europeia no início deste ano de bloquear a fusão planejada de suas operações de construção naval com a Daewoo Shipbuilding & Marine Engineering Co. Segundo as alegações da Hyundai, as duas empresas pretendiam avançar com um novo plano de negócios para o grupo e não tencionava licitar o DSME.
A Comissão Europeia no início de janeiro confirmou sua oposição à proposta de aquisição da Daewoo Shipbuilding & Marine Engineering pela Hyundai Heavy Industries, sob o Regulamento de Fusões da UE. Embora não pudessem interromper oficialmente a fusão, os reguladores da UE poderiam impor tarifas contra a empresa, impedindo-a de fazer negócios com empresas da UE. Foram citadas preocupações sobre o domínio do mercado na construção de grandes navios de transporte de GNL em particular.
O arquivamento legal ocorreu em 23 de março no Tribunal Geral da União Europeia. Especialistas jurídicos estão questionando o raciocínio do caso, mas observaram que isso pode ter um impacto significativo em futuras análises de fusões. A UE baseou sua decisão em preocupações com o monopólio do que considerava um mercado crítico para a indústria europeia e o fato de as empresas não oferecerem uma solução para lidar com o potencial de redução da concorrência em mercados críticos.
Korea Development Bank, estatal coreano, que é o principal credor do DSME, disse que está explorando novas alternativas para seguir a estratégia de alienar suas participações no construtor naval. A Hyundai havia dito que compraria a participação de 55,7% do banco na DSME em uma transação avaliada em US$ 1,6 bilhão. E administraria o estaleiro como um negócio independente ao lado dos estaleiros da Hyundai.
A urgência da transação foi novamente destacada quando a DMSE relatou, apesar do crescimento nos pedidos de construção naval, uma perda de quase US$ 1,5 bilhão em 2021 devido aos altos custos operacionais e de material. A companhia superou suas metas de pedidos para 2021 e relata que teve um forte início de 2022, registrando quase metade de sua meta anual nos primeiros três meses do ano.
Fonte: Portos e Navios