Geração de energia de Belo Monte no primeiro semestre de 2024 caiu 30% sob efeito do El Niño
Os efeitos do El Ninõ influenciaram o resultado da usina hidrelétrica Belo Monte, no Pará. A planta produziu 20.414 GWh de energia durante o primeiro semestre, valor que representa uma queda de 30% na comparação com o mesmo intervalo do ano passado (29.125 GWh). O número reflete o impacto do El Niño na região Norte, cujo pico aconteceu em dezembro de 2023 e janeiro de 2024.
A hidrelétrica foi a que mais gerou energia renovável e limpa para o Brasil no primeiro semestre de 2024, apesar dos efeitos do El Niño, que reduziram as chuvas na região Norte. A Usina produziu 6% de toda a energia utilizada no país, o equivalente ao consumo de 20 milhões de residências. Essa quantidade gerada por Belo Monte entre janeiro e junho deste ano é suficiente para abastecer todos os domicílios das regiões Norte e Centro-Oeste e mais o estado do Rio de Janeiro, durante o mesmo período.
O cálculo sobre as moradias dos 26 estados e o Distrito Federal tem como base os dados divulgados pela Empresa de Pesquisa Energética no Anuário Estatístico de Energia Elétrica 2024. A mesma quantidade de energia também seria suficiente para abastecer todo o Sistema Interligado Nacional (SIN) por aproximadamente 11 dias. O SIN é a rede que se estende por grande parte do Brasil, englobando sistemas de geração e a malha de transmissão de energia elétrica.
“Está no centro do debate atual a importância das fontes de energia renováveis e limpas para alimentar os grandes centros urbanos, impulsionar a economia e assegurar o funcionamento dos serviços públicos essenciais sem prejudicar o meio ambiente. E a energia produzida por Belo Monte vem garantindo essa segurança energética que o Brasil precisa. Além disso, Belo Monte segue atuando com responsividade e rapidez no atendimento da demanda, sobretudo em dias de pico de consumo nacional”, disse o presidente da Norte Energia, concessionária da Usina Hidrelétrica Belo Monte, Paulo Roberto Pinto.
Na noite de 15 de março de 2024, por exemplo, devido a menor produção das fontes intermitentes, a geração de Belo Monte chegou a 11.000 MW, 12% da carga nacional consumida naquele período, equivalente ao atendimento de 60 milhões de pessoas. Em 12 de janeiro, entre 19h30 e 21h40, a usina produziu 4.278 MW e segurou a demanda durante pico de consumo do país. Para gerar o mesmo montante de energia por meio de fontes não renováveis, seria emitida cerca de 1,26 tonelada de gás carbônico na atmosfera.
A Usina Hidrelétrica Belo Monte atinge seu potencial de geração conforme o volume de água que passa em suas turbinas – especialmente durante o período úmido da Amazônia, contribuindo para a segurança energética do Brasil enquanto outros reservatórios do país enfrentam o período seco, Belo Monte gera o máximo, injetando energia no SIN, os reservatórios das demais bacias armazenam água, ou seja, guardam energia para atender ao mercado nacional durante o período seco.
Um estudo conduzido pelo Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (COPPE) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) concluiu que Belo Monte é a hidrelétrica que menos emite no bioma Amazônia, sendo a quinta usina mais eficiente do Brasil em termos de taxa de intensidade de gases poluentes e avalia que, entre 5 e 10 anos, a área alagada do empreendimento apresente progressivamente emissões ainda menores. A capacidade instalada do Complexo Hidrelétrico Belo Monte é de 11.233,1 MW e a quantidade média de geração de energia é de 4.571 MW. O Complexo Hidrelétrico Belo Monte corresponde a 5% da matriz elétrica brasileira, 10% da capacidade de geração hidráulica da referida matriz e se firma como a maior hidrelétrica 100% brasileira.
Fonte: Petro Notícias