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FPSOs caros assustam a Petrobras à medida que busca o aumento da produção

A IHS Markit disse que a Petrobras está fazendo pedidos para navios flutuantes de produção, armazenamento e descarga (FPSO) a preços elevados por interrupções na cadeia de suprimentos.

Como o Brasil visa um aumento agressivo da produção, continuará enfrentando preços mais altos para FPSOs, já que a IHS Markit diz que esse é o novo normal.

Petrobras encomendou um FPSO P-79 de US$ 2,3 bilhões em junho do ano passado, que será entregue por meio de um contrato de engenharia, aquisição e construção (EPC) entre a Saipem e a DSME da Coréia do Sul. A IHS disse que marca o retorno da Petrobras à propriedade e operação de seus flutuadores após muito tempo de contratação apenas em contratos de arrendamento. A embarcação foi projetada para processar 180.000 barris por dia (b/d) de petróleo e 7,2 milhões de metros cúbicos de gás por dia.

A IHS observou pedidos da Petrobras em junho deste ano, dos FPSOs P-80 e P-82 da Keppel em US$ 2,98 bilhões cada. A Keppel superou a oferta da Sembcorp Marine Rigs & Floaters de US$ 3,66 bilhões e US$ 3,73 bilhões, respectivamente. Esses navios, cada um com capacidade de 225.000 b/d de óleo e 12 milhões de metros cúbicos por dia de gás, estão programados para o primeiro óleo em 2026 na Bacia de Santos.

Mas o preço mais alto de uma licitação veio da empreiteira brasileira Ocyan para o FPSO Sergipe Águas Profundas (com 120.000 b/d de processamento de petróleo e 8 milhões de metros cúbicos por dia para exportação de gás), no modelo Build-Operate-Transfer . A IHS disse que a empreiteira propôs um preço de US$ 4 bilhões para o EPC da unidade e quatro anos de operação, com condições que apontam para a guerra entre a Rússia e a Ucrânia. A Petrobras, segundo o IHS, cancelou a licitação em maio deste ano, surpreendida pelo preço e condições.

Eles decidiram rever o modelo de licitação para entender por que tão poucas ofertas foram recebidas ultimamente, com preços tão altos.

A IHS destacou que as duas principais empresas de leasing –  SBM Offshore  e  MODEC  – têm uma carteira completa de pedidos para os próximos anos, com os preços dos contratos aumentando significativamente. Brasil e Guiana são alguns dos principais produtores que acumulam carteiras de pedidos para construtores de FPSO. Um plano estratégico da Petrobras prevê um total de 15 FPSOs entre 2022 e 2026 offshore no Brasil. A ExxonMobil prevê dez FPSOs na costa da Guiana até o final da década.

Além das empresas de leasing estarem ocupadas, a IHS disse que muitos estaleiros estão funcionando perto da capacidade.

“A capacidade, embora muito menor agora, ainda está disponível para a Petrobras, mas a um preço justo”, afirmou IHS.

 

 

Fonte: O Petróleo

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