Focos para roubo de cargas, BR-116 e áreas urbanas concentram 44,1% dos prejuízos do país
Segundo relatório desenvolvido pela nstech, cargas fracionadas e produtos alimentícios são os maiores focos, contemplando, respectivamente, 58,5% e 22,6% das ocorrências.
O roubo de cargas continua a ser um dos principais desafios enfrentados pelo setor de transportes no Brasil, impactando diretamente a economia e a segurança das operações logísticas. De acordo com o relatório “Roubo de Cargas”, desenvolvido pela nstech, as áreas urbanas são responsáveis por 31,8% dos prejuízos, seguidas pela BR-116, que concentra 12,3% das ocorrências. Os dados são referentes ao primeiro semestre de 2024.
Em relação às regiões, o Sudeste segue como a região de maior incidência: concentrando 80,6% de todas as ocorrências do país. O Nordeste fica em segundo lugar, com 15,8% das ocorrências — um aumento de 10,1 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano passado. Enquanto isso, o Sul teve uma queda de 6,7% para 2% e o Centro-Oeste reduziu a participação no cenário nacional de 2% para 0,5%.
Os dados foram levantados a partir das operações da BRK, Buonny e Opentech, gerenciadoras de risco do ecossistema nstech. A íntegra dos dados pode ser acessada aqui.
Conforme o relatório, o valor gerenciado pela BRK, Buonny e Opentech teve um aumento de 58% no primeiro semestre de 2024 em comparação ao mesmo período do ano anterior. Houve, também, uma redução de 24% no volume de exposição ao risco, demonstrando que as estratégias adotadas estão trazendo resultados positivos.
TIPOS DE CARGA E PERÍODOS MAIS VISADOS
As cargas fracionadas, que representaram 58,5% dos roubos, e os produtos alimentícios, com 22,6%, são os mais almejados pelos criminosos. No entanto, o relatório da nstech destacou a redução de 13,6 pontos percentuais no prejuízo com medicamentos, em comparação a 2023, resultado de um aumento das medidas de segurança na proteção desse tipo de carga.
As madrugadas (31,1%) e as noites (27,8%) são os períodos do dia mais críticos para a segurança das cargas. Além disso, as quintas-feiras (18,2%) e segundas-feiras (17,3%) se destacam como os dias com maiores prejuízos.
Quanto aos meses, o relatório indicou que janeiro, fevereiro, março e junho registraram os maiores prejuízos em 2024, demonstrando a sazonalidade dos roubos de carga e a necessidade de intensificar as medidas de segurança durante esses períodos.CENÁRIO POR ESTADO
As estatísticas destacam São Paulo como o estado com maior concentração de prejuízos (47,2%), com um grande destaque para a capital, que registra 13,5% do total.
No Rio de Janeiro, 18,7% dos prejuízos são registrados, com 27,7% das ocorrências acontecendo nas segundas-feiras. Minas Gerais representa 14,2% dos prejuízos, concentrando 46,5% deles na BR-381.
SOLUÇÕES E PERSPECTIVAS
Para combater o roubo de cargas, a tecnologia continua sendo uma aliada. O investimento em sistemas de rastreamento, monitoramento em tempo real, e parcerias com forças de segurança pública são estratégias que vêm mostrando eficácia.
Além disso, as empresas estão investindo em treinamento de pessoal e protocolos de segurança mais rigorosos para garantir a proteção das mercadorias. O aumento de 4% na taxa de recuperação de cargas em 2024, em comparação a 2023, é um sinal positivo de que as ações de resposta rápida estão mais eficientes.
Fonte: Mundo Logística