Fluxo garantido de alimentos é trunfo do Brasil em negociações com árabes
O Brasil é um dos poucos países capazes de suprir a demanda global de alimentos, mas, para exercer esse potencial, “necessita de investimentos internacionais em logística, transporte, processamento e estocagem”.
A afirmação, feita a empresários árabes da região do Golfo pela ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, no mês passado, foi uma prévia dos argumentos que serão reforçados na visita do presidente Bolsonaro.
Segurança alimentar é uma das principais preocupações dos governos do Oriente Médio (os sauditas, por exemplo, precisam importar 80% do que comem).
Reduzir os custos da atual logística inadequada aumentaria ainda mais a competitividade do Brasil, que mantém com os Emirados Árabes um comércio exterior de US$ 2,5 bilhões. Frango, açúcar e carne bovina respondem por 77% de tudo o que o Brasil exporta.
Em Dubai, Tereza Cristina também se encontrou com o presidente da DP World, que opera os portos de Santos (SP) e de Dubai —maior terminal marítimo do Oriente Médio.
Criar uma rota direta com os Emirados é um considerado fundamental para aumentar o comércio com a região. Seria preciso, porém, ampliar a escala, já que a população dos sete emirados não chega a 10 milhões de habitantes, segundo estimativas de 2018.
A solução em estudo pelos árabes é tentar transformar-se em um hub de exportação para os países asiáticos.
Fonte: Folha de S. Paulo