Exportadores de grãos do Brasil enfrentam protesto de cobradores de impostos portuários
Os exportadores agrícolas do Brasil estão enfrentando dificuldades para receber o pagamento de seus embarques devido a um protesto de cobradores de impostos no porto mais movimentado da América Latina, disse a Associação Nacional dos Exportadores de Grãos (Anec) à Reuters.
O protesto está atrasando a emissão dos certificados fitossanitários, um documento de fiscalização usado para produtos vegetais, que é necessário para que os exportadores recebam pagamentos, disse o diretor da Anec, Sergio Mendes. As inspeções só podem acontecer depois que os cobradores de impostos desembaraçar as remessas.
O revés ocorre quando o Brasil atinge um pico sazonal de embarques de soja. O porto de Santos, em São Paulo, onde o protesto está ocorrendo, responde por cerca de 30% das exportações de soja do país e metade das exportações de milho e farelo de soja.
“Um embarque de 65 mil toneladas de soja vale atualmente US$ 42 milhões e, se os exportadores não obtiverem o certificado fitossanitário, também não terão essa receita”, disse Mendes.
Os principais comerciantes globais de grãos estão entre os associados da Anec, incluindo Archer Daniels Midland Co ADM.N, Cargill Inc CARG.UL e Louis Dreyfus Company AKIRAU.UL.
Os cobradores de impostos brasileiros iniciaram um esforço de trabalho para governar – que legalmente permite que os trabalhadores cumpram apenas os requisitos mínimos de trabalho – no ano passado, enquanto fazem campanha por salários mais altos.
A ação trabalhista começou recentemente a afetar a indústria de grãos, disse Mendes, acrescentando que enviou uma carta ao ministro da Economia, Paulo Guedes, pedindo soluções.
O Ministério da Economia do Brasil não respondeu imediatamente a um pedido de comentário, enquanto a Receita Federal se recusou a comentar.
Mauro Silva, chefe do sindicato dos cobradores de impostos Unafisco, disse que os trabalhadores vão continuar protestando.
“Se nosso problema não for resolvido até o final de abril, o esforço de trabalho para governar pode ser mantido até que um novo governo tome posse”, disse Silva.
O Brasil realizará eleições gerais em outubro. O presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro deve concorrer à reeleição, mas atualmente está atrás do ex-presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva nas pesquisas de opinião. O vencedor tomará posse em janeiro de 2023.
Fonte: O Petróleo