Exportações das fabricantes nacionais apoiadas pelo Brazilian Health Devices crescem 31,1% em 2021
Mesmo com a pandemia de covid-19 ainda em curso afetando a economia global, a indústria de saúde brasileira apoiada pelo Brazilian Health Devices (BHD), projeto de exportação da Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos (ABIMO) em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), apresentou crescimento de 31,1% em 2021 no comparativo com 2020. Esse é o melhor resultado dos últimos cinco anos.
Ao todo, as 145 indústrias que atuam nas quatro verticais do projeto (médico-hospitalar, odontologia, reabilitação e laboratório) comercializaram US$ 116,6 milhões em dispositivos médicos ao longo dos 12 meses. Esse montante representa 16,5% do total de exportações brasileiras do setor (US$ 746,8 milhões).
O crescimento das empresas apoiadas pelo projeto vai na contramão das exportações totais de dispositivos médicos brasileiros, que tiveram retração de 1,6% em 2021 puxada pelo segmento laboratorial que registrou, no período, queda de 43,8%. “Essa diminuição ocorreu principalmente pela redução das vendas de reagentes para diagnósticos laboratoriais. Em 2020, dado o aumento exponencial nos casos de covid-19, houve alta demanda internacional para compra deste produto. Já em 2021, essas exportações reduziram voltando à uma taxa mais habitual”, explica José Fernando Dantas, analista de Acesso a Mercados da ABIMO.
Interessante observar que mesmo diante da queda nacional das vendas do setor de laboratórios, as empresas apoiadas pelo BHD e que atuam nessa vertical cresceram 36,1%. “Diante de uma pandemia onde há uma alta busca por melhores condições e produtos, é importante destacarmos a relevância do apoio à internacionalização da indústria de saúde brasileira”, declara Larissa Gomes, gerente de projetos e marketing internacional da ABIMO.
Presença brasileira em mercados internacionais
O Brazilian Health Devices (BHD), iniciado em 2002 com o intuito de promover as exportações dos dispositivos médicos brasileiros, contribuiu para consolidar as marcas nacionais em mais de 130 países no último ano. Em 2021, essas exportações se concentraram na América e na Europa, sendo que Argentina, Bélgica, Chile, Colômbia, Estados Unidos e Suíça se configuram como principais destinos.
“Há um fluxo de comércio mais consolidado com países europeus e americanos, mas não podemos deixar de destacar outras regiões geográficas onde também estamos presentes com atuação importante. Na Ásia, por exemplo, destacam-se as relações com países como China, Índia, Japão, Rússia e Singapura”, explica Larissa.
Ao longo de 2021, as empresas nacionais expandiram suas fronteiras e passaram a exportar também para países como Butão, Guadalupe, Ilhas Virgens, Sudão do Sul, Tadjiquistão e Turcomenistão.