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Exportações brasileiras de etanol em junho são as mais altas em sete anos

Com falta de demanda no mercado doméstico à vista, preço médio de exportação foi de US$ 410/m³ em junho. A exportação total de etanol do Brasil em junho foi de 298,84 milhões de litros, um aumento de 75% em relação a junho de 2019 e o maior volume desde junho de 2013, quando o país exportou 280 milhões de litros, segundo dados divulgados na última segunda-feira (6) pela Secretaria de Comércio Internacional (Secex), do Ministério da Economia.

Do total exportado, 129 milhões de litros ou 43,2% foram enviados para os Estados Unidos. Por sua vez, a Coreia do Sul foi o segundo maior importador, recebendo 82 milhões de litros.

As exportações acumuladas nos primeiros seis meses de 2020 foram de 843,6 milhões de litros, o que representa um aumento de 20% no ano. Considerando as exportações desde 1º de abril, quando começou a safra de cana 2020/21, o volume total foi de 526 milhões de litros – 56% a mais que no mesmo período de 2019.

Além de uma estratégia para reduzir o superávit doméstico, a forte depreciação do real em relação ao dólar incentivou os exportadores a procurar possíveis compradores. Afinal, a desvalorização da moeda local aumenta a receita dos exportadores.

Desde o início da safra 2020/21 até 30 de junho, o câmbio médio foi de R$ 5,3711/US$. O valor está abaixo do registrado no mesmo período do ano passado, quando as negociações eram de R$ 3,9202/US$.

Segundo a Secex, o total de etanol exportado pelo Brasil em junho somou uma receita de US$ 122 milhões. Considerando o volume total exportado no mês, o preço médio foi de US$ 410,64/m³.

Embora as exportações estejam subindo no ano, o volume ainda não é suficiente para compensar o superávit doméstico de etanol, desencadeado pela crise no consumo.

produção acumulada de etanol na região Centro-Sul entre 1º de abril e 1º de julho alcançou 10 bilhões de litros, uma queda de 6,61% em relação ao ano anterior. Ao mesmo tempo, as vendas para o mercado interno somaram 5,9 bilhões de litros, uma queda anual de 25,3%. Os dados são da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica).

Segundo participantes do mercado consultados, em abril, os preços do etanol brasileiro estavam oferecendo uma vantagem econômica sobre outros possíveis fornecedores, como os Estados Unidos. O momento coincidiu com um grande aumento na demanda internacional por desinfetante para as mãos.

Entretanto, mesmo com um preço competitivo, a demanda internacional por etanol tem sido fraca no mercado à vista. Desta forma, o alto volume exportado desde o início da safra sugere que grande parte das vendas foi realizada sob contratos a termo.

 

 

Fonte: S&P Global Platts

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