Exportação de petróleo da Venezuela cai para menor nível em 2019 diante de sanções dos EUA
As exportações de petróleo da Venezuela caíram em agosto para o nível mais baixo em 2019, segundo relatórios internos e dados do Refinitiv Eikon, impactadas por uma interrupção nas compras do segundo maior cliente do país, a China National Petroleum Corp (CNPC), depois de sanções mais duras dos EUA.
As exportações totais de petróleo e produtos refinados pela petroleira estatal Petroleos de Venezuela (PDVSA) e suas joint ventures caíram no mês passado para cerca de 770.000 barris por dia (bpd), de 992.565 bpd em julho e 1,13 milhão bpd em junho, segundo os dados compilados.
No mês passado, a estatal chinesa CNPC cancelou cargas de petróleo venezuelano que havia programado para agosto, depois que Washington emitiu uma ordem executiva que congelou propriedades do governo venezuelano em solo americano e alertou empresas estrangeiras de que também poderiam enfrentar sanções por negociar com a PDVSA.
A PDVSA é responsável por entregar petróleo às empresas chinesas para o repagamento de bilhões de dólares emprestados à Venezuela.
Os Estados Unidos têm intensificado os esforços para derrubar o presidente Nicolas Maduro, cuja reeleição em 2018 é considerada ilegítima pela maioria dos países ocidentais.
A queda ocorre mesmo com várias remessas se movendo em navios-tanque que não têm ligado seus transponders de sinalização enquanto se aproximam ou saem das águas venezuelanas, de acordo com os dados de rastreamento de embarcações do Refinitiv Eikon. Isso tornou difícil medir completamente as exportações e confirmar seu destino de entrega.
Desde a suspensão de compras da CNPC, a estatal russa Rosneft aumentou sua participação no petróleo venezuelano, com a China como destino principal. A Rosneft retirou 65% do total das exportações da PDVSA em agosto, contra 49% em julho, de acordo com relatórios internos da PDVSA.
A PDVSA não respondeu a um pedido de comentários.
O segundo maior destino do petróleo venezuelano no mês passado foi a Europa, onde a empresa espanhola Repsol continuou trocando produtos refinados pelo petróleo venezuelano. O número três foi Cuba, o mais próximo aliado político de Maduro.
Fonte: Reuters