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Exportação da RMC tem o pior resultado em 10 anos

O volume de exportações no mês de março da Região Metropolitana de Campinas registrou o pior resultado em 10 anos, segundo estudo apresentado pelo Observatório PUC-Campinas. Segundo o levantamento, as empresas regionais venderam US$ 311,5 milhões ao exterior no mês passado, o equivalente a 15,5% menos em relação ao mesmo período de 2019. Para os especialistas, a forte queda é consequência da pandemia do coronavírus, que tem sido determinante na diminuição dos negócios em escala global.

Segundo o economista Paulo Oliveira, responsável pelo levantamento e análise das informações divulgadas pelo Ministério da Economia, o resultado foi puxado pela queda na venda externa de produtos de média-alta complexidade, integrantes da principal categoria de exportação da RMC, como plásticos, agroquímicos e componentes do complexo automotivo. Entre os 15 principais produtos da pauta de exportação da região, apenas quatro não tiveram queda no mês de março: soja, algodão, pneus e motores e geradores elétricos.
Em relação às importações, que totalizaram pouco mais de US$ 1 bilhão no período, destaca-se o aumento nas compras externas de agroquímicos, ácido nucleico e seus sais, peças e acessórios para máquinas de escritório, além de outros compostos orgânicos e inorgânicos. Por outro lado, houve diminuição na importação de circuitos eletrônicos integrados, acessórios para veículos e aparelhos telefônicos.

“Os dados sugerem maior atividade econômica, até o momento, para os segmentos da indústria química, farmoquímica e agroquímica, mas indicam desaquecimento em segmentos da indústria de aparelhos telefônicos, eletrônicos e automobilística”, destaca o professor extensionista.

Com os resultados do mês, o déficit comercial da RMC continua elevado e crescente: em 2020, o saldo já é negativo em US$ 2,1 bilhões. Os dados seguem evidenciando a dependência externa das empresas regionais de produtos vindos do exterior. Para o docente, o contexto é perigoso principalmente em momentos de crise global. “A situação torna essas empresas vulneráveis por dependerem de insumos-chave produzidos no exterior. Em crises como a atual, em que há uma diminuição da atividade econômica, há risco de ficarmos desabastecidos de produtos industriais essenciais à continuidade das nossas operações no país”, pontua Paulo.

Desaquecimento
A queda da atividade econômica mundial, decorrente sobretudo das medidas emergencIais para conter o avanço da Covid-19, pode ser observada em números: dos 10 países que mais compram mercadorias da RMC, sete diminuíram seu volume de compras nos três primeiros meses de 2020 em relação ao mesmo período do ano passado. Argentina e Estados Unidos, principais países de destino das produções regionais, reduziram suas compras em 35,8% e 20,9%, respectivamente.

Fonte: Correio Popular

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