Executivos apontam os desafios e oportunidades do setor dutoviário no Brasil
O Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) deu início aos debates que serão aprofundados durante a Rio Pipeline 2019 – maior evento internacional da indústria de dutos –, que acontecerá entre os dias 03 e 05 de setembro, no Rio de Janeiro. O evento de aquecimento, que contou com a presença de executivos do setor dutovário, abordou questões como os desafios e oportunidades do setor diante de um cenário de transição nos segmentos de mid e downstream no país.
Durante a abertura, Milton Costa Filho (foto), secretário-geral do IBP, apresentou os objetivos e a importância da Rio Pipeline e se mostrou animado com a possibilidade dessa edição ser a melhor dos últimos tempos. “O momento não poderia ser mais propício, já que estamos diante de mudanças significativas no mercado. Além das privatizações, este processo de abertura traz à tona a busca por maior competitividade no setor, o que inclui a necessidade de formação de equipes com profissionais qualificados para atender as novas demandas que irão surgir. Tudo isso, alinhado a um momento de transição energética e transformação digital, faz do momento atual o melhor cenário para a Rio Pipeline 2019”, disse.
O avanço das discussões sobre as ocorrências de furto de combustíveis e os acidentes decorrentes das derivações clandestinas está no centro da preocupação das operadoras. As ações de combate a essa prática reforçam a necessidade de se desenvolver programas de inteligência e segurança para garantir a proteção à vida, ao meio ambiente, à segurança energética do país, além da integridade das instalações.
Desse modo, pensando em conter os frequentes furtos de combustíveis em oleodutos, Mauro Mendes, gerente-executivo de logística da Petrobras, apresentou o Programa Integrado de Proteção de Dutos, o Pró-Dutos, uma parceria da estatal com a Transpetro. “O Pró-Dutos, lançado no mês de junho, tem como objetivo prevenir furtos de combustíveis na malha de oleodutos operada pela Transpetro”, explicou. “Nosso objetivo é o de reduzir em 75% os furtos até dezembro de 2021, para assim, minimizar riscos, operar com segurança e evitar impactos das atividades clandestinas, já que, muitas vezes, os furtos causam vazamentos de produtos que contaminam o solo e podem resultar em explosão, colocando em risco a sociedade, o meio ambiente e o patrimônio das empresas”, completou Mendes.
Além do Programa Integrado de Proteção de Dutos, Mauro Mendes comentou sobre os significativos passos que o Brasil vem dando em relação ao desenvolvimento do mercado de gás natural e de refino e logística. Segundo o executivo, a Petrobras vai investir cerca de US$ 1,4 bilhão em refino e US$ 370 milhões em logística nos próximos anos. Pensando ainda no setor de logística, Antonio Rubens, presidente da Transpetro, informou que a empresa, braço logístico da Petrobras, vem se preparando para esse novo momento de transição. “Estamos nos preparando para dar um novo passo, focando em nos posicionarmos como prestadora de serviço logístico, sempre mantendo a excelência de nossas operações”, afirmou.
Wong Loon, presidente da NTS, também abordou a relevância de priorizar e investir em segurança e destacou que essa área precisa estar ligada a um sistema de governança e compliance. “A NTS prevê investir 900 milhões de reais nos próximos cinco anos, enquanto busca se tornar mais eficiente e se prepara para a expansão futura da malha e atração de novos clientes”, pontuou.
Institucional
De acordo com Gustavo Labanca, diretor-presidente da Transportadora Associada de Gás (TAG), a companhia também pretende se preparar para atuar no novo mercado de gás e se tornar relevante no horizonte de cinco anos. “O desafio é trazer novos clientes à rede de transporte de gás no país”, explicou.
Para Wagner Biasoli, presidente da Logum – que opera o maior duto de etanol do país –, o cenário se mostra mais promissor para o etanol nos próximos anos, impulsionado pelo RenovaBio, política de estímulo à expansão dos biocombustíveis. “Desta forma, a empresa se organiza para retomar a expansão da sua malha”, conclui.
Por fim, o diretor-presidente da TBG, Ivan de Sá, mostrou como a empresa vem trabalhando em um novo modelo de entradas e saídas. “Esse novo modelo é um trabalho conjunto com a ANP, um grande passo para trazer mais dinâmica para o mercado brasileiro de gás. É uma excelente oportunidade de reduzir o custo unitário, viabilizando uma maior demanda para o setor”, finalizou.
Fonte: Assessoria IBP