Estados Unidos importam mais do México do que da China pela primeira vez em duas décadas
Durante a pandemia, quando as cadeias de suprimentos globais se retraíram e o custo do envio de um contêiner para a China aumentou quase 20 vezes, Marco Villarreal viu uma oportunidade.
Novos dados divulgados mostraram que o México ultrapassou a China e se tornou a principal fonte de importações oficiais dos Estados Unidos pela primeira vez em 20 anos – uma mudança significativa que destaca como as tensões crescentes entre Washington e Pequim estão alterando os fluxos comerciais.
O déficit comercial dos Estados Unidos com a China diminuiu significativamente no ano passado, com as importações de mercadorias do país caindo 20%, para US$ 427,2 bilhões, segundo os dados. Os consumidores e as empresas americanas recorreram ao México, à Europa, à Coreia do Sul, à Índia, ao Canadá e ao Vietnã para adquirir autopeças, calçados, brinquedos e matérias-primas.
O déficit comercial total dos Estados Unidos em bens e serviços, que consiste em exportações menos importações, diminuiu 18,7%. No geral, as exportações dos EUA para o mundo aumentaram ligeiramente em 2023 em relação ao ano anterior, apesar do dólar forte e de uma economia global fraca.
As importações dos EUA caíram anualmente, pois os americanos compraram menos petróleo bruto e produtos químicos e menos bens de consumo, incluindo telefones celulares, roupas, equipamentos de camping, brinquedos e móveis.
O recente enfraquecimento das importações e a queda no comércio com a China foram, em parte, um reflexo da pandemia. Os consumidores americanos que ficaram em casa durante a pandemia compraram laptops, brinquedos, testes de covid, artigos de atletismo, móveis e equipamentos para exercícios domésticos fabricados na China.
Em 2023, as importações trimestrais dos EUA da China estavam praticamente no mesmo nível de 10 anos atrás, apesar de uma década de crescimento da economia americana e do aumento das importações dos EUA de outras partes do mundo.