Equinor Brasil entra com pedido de licença para parque eólico offshore de 4 GW
A Equinor Brasil, petroleira com sede na Noruega, entrou com pedido de licenciamento no Ibama para a construção de dois parques eólicos offshore, de 2 gigawatts (GW) cada, o maior projeto da fonte já apresentado ao órgão ambiental e também a primeira iniciativa dessa fonte energética da empresa no País. Se aprovado, o empreendimento será construído em frente aos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santos e terá potência instalada suficiente para abastecer 2 milhões de residências.
A Equinor estabeleceu uma meta global de ter 15% a 20% dos investimentos em fontes renováveis e de baixo carbono até 2030. Nos últimos anos, a empresa se concentrou principalmente em energia eólica offshore, com parques em diferentes países, que fornecem energia renovável a um milhão de residências. Até 2035, os planos são de aumentar a capacidade instalada de energia renovável em 30 vezes em relação ao que a companhia tem hoje.
“Vemos um potencial para energia eólica offshore no Brasil, um país que consideramos uma área essencial para nossa empresa”, disse a Equinor Brasil em nota ao Estadão/Broadcast. “Estamos avançando para nos tornarmos uma importante parte do setor eólico offshore global, e, para cumprir nossa estratégia, continuamos avaliando diferentes oportunidades de negócios globalmente”, informou.
O complexo eólico offshore será composto por 320 geradores a cerca de 20 quilômetros da costa, em águas entre 15 e 35 metros de profundidade. Os projetos, batizados de Aracatu I e Aracatu II, vão utilizar geradores de 12 megawatts (MW), segundo o formulário entregue pela companhia às autoridades ambientais. Para se ter uma ideia no porte do projeto, em todo o ano passado, essa fonte teve cerca de 6 GW instalados.
Aracatu I ficará na costa do Estado do Rio de Janeiro, com a energia levada por cabos para uma subestação no município de Campos do Goytacazes, no norte fluminense, prevista para ser concluída em 2024. Aracatu II levará energia para Itapemirim, no Espírito Santo.
No documento, a petroleira da Noruega admite que haverá impacto direto no meio aquático e também sócio ambiental, direto e indireto, nas atividades tradicionais, culturais, sociais, econômicas ou de lazer. A empresa afirma ainda que poderá expandir a potência para 2,33 GW e que o layout do polígono permite usinas eólicas de 14 MW.
O Brasil ainda não possui nenhum projeto eólico offshore. Outro empreendimento, no Ceará, teve seu pedido de licença negado pelo Ibama esta semana por falta de dados suficientes para avaliação do projeto. O complexo de Caucaia, com potência total de 600 MW, teria 48 aerogeradores offshore de 12 MW cada e 11 semi-offshore, de 2 MW cada, foi o primeiro a receber a avaliação do órgão. O empreendimento poderá, no entanto, refazer o pedido de licença para ser reavaliado pelo Ibama, que só recentemente elaborou um Termo de Referência para julgar os projetos dessa fonte inédita no Brasil.
Fonte: Estadão