Empresa Portos do Paraná participa de curso sobre Canal do Panamá
A empresa pública Portos do Paraná esteve presente no curso sobre o uso do Canal do Panamá como alternativa para o escoamento da produção até a Ásia, que começou segunda-feira e se encerrou nesta quarta-feira (4), na Cidade do Panamá. Nos três dias, representantes das autoridades portuárias de países da América Latina, agências e empresas do setor conheceram em detalhes este elo logístico mundial, vantagens e desvantagens dessa rota.
Pela Portos do Paraná participaram o diretor de operações Luiz Teixeira da Silva Júnior e o técnico administrativo responsável pela divisão de Estatística, Fernando Russo. Além deles, integram o grupo os representantes da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e dos portos de Rosário (Argentina) e São Francisco (SC).
Segundo Teixeira, é importante que a Portos Paraná participe das discussões, já que administra um dos maiores portos graneleiros do país, que têm a Ásia como principal destino das cargas. “Precisamos conhecer o que está sendo discutido e proposto em relação a uma possível migração de cargas e como nos posicionamos nessa realidade”, disse o diretor da empresa pública paranaense.
DISTÂNCIA E CUSTOS – A utilização do canal no comércio internacional, partindo de portos do Brasil, significa menor distância a se percorrer com a carga até o destino final (Ásia, principalmente China). “Mas isso também passa pelo custo logístico, fila de navios para atravessar o canal, a própria tabela tarifária, que é única, por tipo de navio. Por enquanto, como vimos aqui, o grande cliente do Canal do Panamá é o Leste dos Estados Unidos”, diz Teixeira.
O grupo foi recebido pela embaixadora Glivânia Maria de Oliveira e se reuniu na Embaixada do Brasil no Panamá para conhecer as tratativas que o País está fazendo para ampliar a utilização do Canal. Entre as medidas, segundo Teixeira, está a tentativa e a necessidade de se construir um acordo para redução de tarifas.
NAVEGAÇÃO – Segundo Albano Simões Pinto, um dos responsáveis da agência marítima Cargonave, em Paranaguá, quando se fala em utilização do Canal do Panamá, seria para cargas destinadas basicamente ao Norte da China. Porém, o canal, ainda hoje, estaria congestionado e muito caro.
“Então, aos armadores e afretadores que saem dos portos brasileiros – dos nossos do Sul e, principalmente, dos portos do Norte – seria mais eficiente e produtivo utilizar o Canal. Porém, eles ainda utilizam a rota comum, o Cabo da Boa Esperança”, explica.
De acordo com o agente, o que faz um armador ou afretador do navio utilizar determinada rota de navegação em detrimento de outra é o custo. “A maior parte dos navios que saem hoje do Brasil são navios grandes, que já não podem utilizar o canal pelo tamanho. Esses e outros acabam fazendo o trajeto pelo Cabo da Boa Esperança, e fazem escala no Porto de Cingapura (ou na África do Sul), para abastecer, e seguir viagem”, conta.
Em um navio cabem cerca de duas mil toneladas de combustível. Até a China são 35 dias de viagem. Porém, este total dá ao navio autonomia de 30/32 dias, por isso abastecem novamente antes de chegar ao destino final, pela rota de navegação utilizada atualmente.
“Essa rota acaba sendo mais eficiente e barata, mesmo mais longa. O tempo de viagem, se passasse pelo Canal do Panamá para chegar até a China reduziria bastante. Cerca de dez dias, dependendo do porto de partida”, afirma Albano.
O curso é organizado pelo Congresso Internacional de Desenvolvimento Portuário (VI CIDESPORT), Fundação de Apoio à Educação, Pesquisa e Extensão da Unisul (FAEPSUL) e Universidad Católica Santa Maria La Antigua (USMA).
Fonte: APPA