Empresa de transporte marítimo MSC estaria de olho na aquisição da aérea EasyJet
As ações da EasyJet registraram forte alta na terça-feira após a divulgação de que o grupo suíço Mediterranean Shipping Company (MSC) estaria avaliando a compra parcial ou total da companhia aérea britânica. A informação foi publicada pelo jornal italiano Corriere della Sera, que citou três fontes próximas às negociações.
Fundada em 1995 pelo empresário greco-cipriota Stelios Haji-Ioannou, a EasyJet é hoje a segunda maior companhia aérea de baixo custo da Europa. Apesar do destaque no mercado, a empresa enfrenta questionamentos sobre sua rentabilidade e capacidade de expansão em um cenário de competição intensa e custos operacionais elevados.
O interesse da MSC chama atenção pela diferença entre os setores. Líder mundial em transporte marítimo, o grupo é controlado pela família Aponte e atua em 155 países, com uma frota de 600 navios e cerca de 100 mil funcionários. Embora o foco principal seja o transporte de carga, a empresa também opera a divisão MSC Cruises, braço voltado ao turismo marítimo que tem ampliado sua presença global.
Fontes próximas à MSC afirmam que a companhia vê sinergias possíveis entre os negócios marítimo e aéreo, especialmente no transporte de passageiros e na integração logística entre cruzeiros e voos regionais.
Essa não seria a primeira tentativa do grupo de entrar na aviação: em 2022, a MSC chegou a formar parceria com a Lufthansa para disputar o controle da ITA Airways, herdeira da antiga Alitalia. O grupo alemão acabou seguindo sozinho na negociação, que resultou na aquisição de parte da empresa italiana.
Apesar de o grupo suíço ter negado oficialmente qualquer movimentação recente, o histórico do Corriere della Sera em antecipar informações sobre a MSC reforçou a repercussão no mercado financeiro. No pregão de Londres, as ações da EasyJet valorizaram logo após a publicação da reportagem.
Atualmente, a família fundadora Haji-Ioannou ainda é a maior acionista individual da EasyJet, mas perdeu o controle majoritário em 2022. Hoje, cerca de 70% das ações estão nas mãos de investidores institucionais, o que abre espaço para movimentos estratégicos como o sugerido pela imprensa italiana.
Fonte: Aeroin
