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Em destaque: os novos gasodutos offshore no Brasil

O Ibama está analisando pelo menos três projetos para implantação de novos gasodutos offshore, de acordo com dados obtidos pela BNamericas por meio da Lei de Acesso à Informação.

Por meio da Rota 4 Participações, a Compass Gás e Energia planeja instalar a Rota 4B, composta por um trecho offshore de 313 km e uma linha terrestre de 2,5 km.

O empreendimento tem como objetivo trazer gás natural do bloco BM-S-8 na bacia de Santos, onde está localizado o pré-sal de Bacalhau, da Equinor.

O projeto também inclui uma unidade de tratamento de gás natural em Santa Cruz, na cidade do Rio de Janeiro, com área de 800 mil m².

Os subprodutos esperados são gás liquefeito de petróleo e gasolina natural (C5+).

A nova proprietária da Gaspetro, e antiga holding de distribuição de gás da Petrobras, a Compass pertence ao grupo Cosan, que também é dono da Comgás, principal distribuidora de gás natural do estado de São Paulo.

Enquanto isso, a Offshore Solutions Brasil (OSB), do grupo Vale Azul, apresentou ao Ibama dois projetos de dutos.

A Rota 4C envolve a ampliação da infraestrutura de escoamento de gás natural das áreas produtoras do pré-sal da bacia de Santos, com a instalação de um gasoduto ligando-as ao terminal portuário Tepor, da Vale Azul em Macaé, no estado do Rio de Janeiro.

O projeto envolve um gasoduto de 339 km, dos quais 334 km estariam ao largo da costa. Esse trecho será complementado por cinco ramais coletores de 135 km, 204 km, 53 km, 79 km e 125 km.

A capacidade de escoamento de gás natural é de 40 MMm³/d (milhões de metros cúbicos por dia).

E a Rota 5B consiste em um gasoduto de 140 km (135 km offshore) que levará gás da bacia de Campos até Tepor.

Com capacidade para transportar 40 MMm³/d, o mineroduto terá seu trecho offshore complementado por três ramais, de 130 km, 67 km e 108 km.

Em abril, a Vale Azul recebeu licença para instalar uma unidade de processamento de gás de 60 MMm³/d em Tepor, o que envolverá infraestrutura de movimentação e armazenagem de petróleo e derivados, além de um terminal de regaseificação e apoio logístico offshore.

Panorama

O Brasil produz atualmente aproximadamente 130 MMm³/d de gás natural, mas reinjeta cerca de 60% para recuperar mais petróleo e devido à falta de dutos offshore.

O país tem duas principais rotas offshore (Rota 1 e 2) e deve ganhar uma terceira, a Rota 3, cuja entrada em operação foi adiada para 2023.

O governo prevê que a plena capacidade dos dutos seja atingida até 2025. A partir desse ano, seria necessário implantar novos gasodutos nas bacias de Santos e Campos para aumentar o transporte de gás natural do pré-sal para terra para exportação.

A empresa federal de pesquisa energética EPE, até o momento, mapeou 11 projetos de gasodutos ligados a unidades de processamento, sete deles baseados em volumes do pré-sal e outros quatro baseados em volumes do pós-sal.

Os dutos têm cerca de 2,1 mil km de extensão total, e alguns deles oferecem opções de transporte de gás das mesmas bacias sedimentares (Santos, Campos, Espírito Santo-Mucuri e Sergipe-Alagoas).

Considerando a construção de apenas uma alternativa para cada bacia, os projetos poderiam agregar mais de 77 MMm³/d de capacidade de exportação de áreas offshore, além de unidades de processamento de gás natural com capacidade total superior a 70 MMm³/d.

Entre os obstáculos para o Brasil avançar com os novos projetos de dutos offshore estão os altos investimentos necessários e as incertezas quanto à demanda futura pelo combustível.

Uma parcela significativa do consumo doméstico de gás natural é absorvida pelas usinas térmicas, que demandam flexibilidade no abastecimento, uma vez que nos períodos chuvosos diversas unidades não são obrigadas a operar dada a capacidade hidrelétrica.

De acordo com os últimos dados do MME, foram destinados 4,16 MMm³/d de gás natural para geração de energia em junho, cerca de 10 vezes menos que um ano antes, dada a recuperação das condições hidrológicas.

O principal consumidor de gás no Brasil é o segmento industrial, que demandou 40,6 MMm³/d em junho.

Assim, o crescimento do mercado local de gás estará fortemente ligado à industrialização do país, dependendo da expansão de suas redes de transporte e distribuição de gás.

 

 

Fonte: BNAmericas

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