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Elétrica Iberdrola aposta em caixa e investimentos contra impactos do coronavírus

Dinheiro em caixa, investimentos bilionários, “hedge” de preços, negócios em ambientes regulados e ganhos de capital devem ajudar a elétrica espanhola Iberdrola a enfrentar os impactos do novo coronavírus e ampliar os lucros neste ano, disse a empresa nesta quarta-feira.

Apesar dos impactos sobre a demanda causados pela disseminação do vírus, que já infectou mais de 3 milhões de pessoas em todo o mundo e fechou economias inteiras, entre elas a da Espanha, a Iberdrola também manteve a promessa de investir 10 bilhões de euros em 2020.

A companhia, que fornece energia a mais de 30 milhões de lares e empresas na Espanha, Estados Unidos, Brasil e Reino Unido, registrou lucro líquido de 1,26 bilhão de euros (1,37 bilhão de dólares) no primeiro trimestre, ante estimativa de 1,20 bilhão de euros da Refinitiv SmartEstimate.

A cifra inclui 289 milhões de euros advindos da venda de uma fatia na produtora de turbinas eólicas Siemens Gamesa, um efeito não-recorrente que, segundo o presidente-executivo Ignacio Galan, deu à empresa espaço para aliviar o impacto do coronavírus.

Se desconsiderado esse impacto, o lucro líquido avançou 5,3% no período, ajudando a reforçar a liquidez da companhia.

As ações da Iberdrola estão praticamente estáveis frente às cotações do início de 2020, já recuperadas de uma queda que atingiu toda a bolsa espanhola no início de março quando o governo decidiu colocar o país em quarentena.

Elétricas rivais, enquanto isso, têm enfrentado um cenário mais duro— o índice de empresas de serviços públicos (utilities) da Europa tem queda de 12% no período.

RECUPERAÇÃO VIA RENOVÁVEIS
Cerca de 40% dos investimentos da Iberdrola em 2020 são destinados aos negócios de energias renováveis.

Medidas de isolamento relacionadas ao coronavírus causaram atrasos de poucas semanas em alguns projetos, mas não o suficiente para que haja impacto material sobre os planos para este ano, afirmou à Reuters o diretor da unidade de renováveis da empresa, Xabier Viteri.

Planos estabelecidos previamente para lidar com possíveis interrupções na cadeia de suprimentos ajudaram a evitar a escassez de equipamentos nos cerca de 50 locais onde a empresa está construindo parques eólicos e usinas solares, segundo ele.

“Esse é um exercício que fizemos há meses, quando enfrentávamos a possibilidade de um ‘Brexit’ mais duro. Também estávamos preparados para superar pequenas disrupções”, afirmou o executivo.

Fora da Europa, acordos foram celebrados com autoridades no Brasil e nos EUA, permitindo que obras continuassem, acrescentou Viteri. Na Espanha, a pandemia não interrompeu a conexão de 500 megawatts (MW) de uma usina solar à rede de transmissão em abril.

No longo prazo, “o setor de energia pode ser um grande impulsionador dessa aceleração, da recuperação” da crise, concluiu Viteri.

Fonte: Reuters

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