Eficiência energética: combustível para a sua empresa
Treinar 55 mil profissionais, entre motoristas de caminhão, motoristas de ônibus, gestores de frotas e transportadores autônomos, até 2020. Essa é a meta do Programa de Aperfeiçoamento para Eficiência Energética, promovido pelo SEST SENAT em parceria com a CNT (Confederação Nacional do Transporte) e o ITL (Instituto de Transporte e Logística). A iniciativa é fruto de um acordo de cooperação técnica firmado em 2017, que conta com o know-how do governo canadense e do ICCT, o Conselho Internacional de Transporte Limpo.
Esse “exército” de ecocondutores é valioso para o transporte. Eles são capacitados em melhores práticas de direção para diminuir o consumo de combustível e o desgaste dos veículos, reduzindo o impacto ambiental da atividade e aumentando a produtividade do negócio. Essas competências são adquiridas em três cursos: o SmartDriver para transporte de cargas ou de passageiros (12 horas, cada); o Inclusão Digital (4 horas); e o Gestão de Combustível – Fuel Management (8 horas, disponibilizado na modalidade EaD).
Além de benéfico ao meio ambiente, o programa proporciona uma economia significativa para as empresas que o adotam. Os resultados são quase imediatos, reconhece Luiz Peres, gerente de Operações da Barros Frete Tur. Especializada em fretamento industrial (transporte de trabalhadores da indústria), a empresa atua, principalmente, em São Gonçalo do Amarante, município da Região Metropolitana de Natal (RN). Com uma frota de 110 veículos, a Frete Tur tem a responsabilidade de transportar cerca de 6 mil clientes com constância e pontualidade.
Recentemente, a Barros Frete Tur conseguiu que todos os motoristas da empresa (cerca de 100) concluíssem o curso SmartDriver. Isso foi possível em tempo recorde graças ao apoio do SEST SENAT, que disponibilizou um instrutor para atuar diretamente nas instalações da transportadora. Luiz Peres conta por que abraçou a oportunidade: “Quando você exclui salários, encargos e benefícios, combustível representa de 70% a 78% do custo de garagem. Daí a importância da eficiência energética – qualquer coisa que você faça para diminuir esse custo impacta tremendamente”.
O gerente acompanhou a evolução dos gastos na ponta do lápis e compartilha seus resultados. “A nossa média, antes do curso, em maio, era 3,94 km/l. No mês de agosto, a gente conseguiu 4,04 km/l. Fazendo as contas, resulta em uma economia em torno de 2%. Quando a gente transforma em litros, vai dar aproximadamente 1.500 litros de diesel por mês”, calcula. Segundo ele, ainda é cedo para avaliar uma melhora nos custos relacionados à manutenção dos veículos, mas ele está confinante de que virá.
Outro ponto que ele destaca é o engajamento da equipe. “Acho mais importante do que esses 2% foi o ganho de autoestima do grupo. A toda hora me perguntam: ‘Como é que eu estou? Melhorei?’”, relata. A partir desses resultados, a Barros Frete Tur já agendou a continuação do Programa de Aperfeiçoamento para Eficiência Energética. “O curso de inclusão digital será feito na sequência. Os motoristas terão a chance de verificar o consumo com o aplicativo (Eco Senat) – um controle diferente que eles faziam de forma bem manual. Então, será um imput importante para a minha equipe, que é antiga e conta com gente com mais de 30 anos de casa. Eles estão muito interessados. É bacana ver esse brilho nos olhos deles”, comemora Luiz Peres.
Além do constante aperfeiçoamento da mão de obra, a Barros Frete Tur também investe na manutenção da frota. Para adequar os veículos às exigências da legislação, adotou como rotina as inspeções do Despoluir – Programa Ambiental do Transporte, outra iniciativa da CNT e do SEST SENAT. Calcula-se que o Despoluir já tenha atendido cerca de 50 mil transportadores e realizado mais de 2,6 milhões de avaliações, se considerarmos o período de julho de 2007 a maio de 2019. De acordo com Luiz Peres, a atuação ambientalmente responsável é, hoje, um valor inquestionável. “E não só no transporte. Isso vale para qualquer empresa no mercado. Isso é condição sine qua non”, resume.
Fonte: CNT