Dólar tem maior alta em mais de 2 semanas com exterior
O dólar começou a semana em forte alta ante o real, puxado pelo movimento da moeda no exterior, numa segunda-feira de maior cautela em mercados de risco à medida que analistas se preparam para uma recessão econômica mundial.
O real esteve entre as moedas de pior desempenho na sessão, afetado adicionalmente por expectativas crescentes de que o juro no Brasil ficará ainda mais baixo para ajudar a economia a se recuperar depois de uma contração prevista do PIB de cerca de 2%, conforme projeções contidas no relatório Focus do Banco Central.
No plano global, o dólar teve ganhos frente a um conjunto de moedas de países emergentes —grupo listado por organismos internacionais como dos mais vulneráveis à crise atual.
Analistas do Goldman Sachs resumiram os temores de investidores: “ainda nos preocupamos que o custo econômico da recessão ditada pelo coronavírus pode superar em muito as expectativas do mercado”,
O Goldman considera que, no atual contexto, as estratégias consistem na busca de ativos de maior qualidade em detrimento dos mais vulneráveis a ciclos econômicos e numa rotação de emergentes para mercados desenvolvidos. Dentro dos emergentes, o banco recomenda ativos com maior nota de crédito aos de maior yield, conforme nota a clientes.
O Brasil é considerado grau especulativo pelas três principais agências de classificação de risco e se encontra fora do “complexo high-yield”, com a Selic na mínima histórica e podendo cair mais. Esse combo reduz a capacidade do país de atrair investimentos que poderiam ajudar a baixar o dólar.
No fechamento das operações no mercado à vista, o dólar subiu 1,86%, a 5,1855 reais na venda. É a maior valorização desde 27 de março.
Na B3, o dólar futuro de primeiro vencimento tinha alta de 1,43%, a 5,1910 reais, às 17h19. Os negócios com dólar futuro na B3 se encerram às 18h (de Brasília).
A alta se manteve apesar de o Banco Central ter anunciado oferta extraordinária de 10 mil contratos de swap cambial tradicional pela manhã, com colocação integral dos contratos (no equivalente a 500 milhões de dólares).
Fonte: Reuters