Demanda por gasolina e etanol no Brasil em alta, mas ainda abaixo dos níveis de 2019 -S&P
Os recentes cortes de impostos no Brasil devem aumentar gradualmente a demanda por gasolina e etanol no Brasil até o final do ano, mas não o suficiente para atingir níveis pré-pandemia, disse a S&P Global Commodity Insights nesta quarta-feira.
Em seu novo relatório de Previsão do Mercado de Petróleo da América Latina, o provedor de informações financeiras disse que uma recuperação já foi vista ultimamente, mas observou que a demanda por gasolina e etanol na maior economia da América Latina ainda está abaixo dos níveis alcançados há três anos.
De janeiro a junho de 2022, o consumo local cresceu 30 mil barris de gasolina equivalente por dia em relação ao mesmo período do ano passado, mas caiu 35 mil barris em relação aos níveis de 2019.
“A recuperação da demanda foi travada por vários fatores este ano”, disse o analista da S&P Lenny Rodriguez, citando fortes preços de referência da gasolina, inflação alta, crescimento econômico modesto e taxas de desemprego persistentemente altas.
O governo do Brasil cortou recentemente os impostos cobrados sobre os combustíveis em uma tentativa de conter a alta inflação, que vinha prejudicando a popularidade do presidente Jair Bolsonaro antes das eleições em outubro. Esse movimento é visto aumentando a demanda de combustível.
A S&P espera que a demanda por gasolina e etanol hidratado, que competem nas bombas, já que a maior parte da frota de carros do Brasil pode funcionar com 100% de etanol devido aos motores flex fuel, aumente em 20.000 barris por dia no terceiro trimestre do ano passado.