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De ferrovias a batatas: interesse por dívidas de empresas está em alta

Apesar de o acesso ao crédito continuar cheio de problemas para pequenas e médias companhias, para as de capital aberto os caminhos voltaram a se abrir — ainda que não em grandes avenidas. As condições estão em níveis suficientemente interessantes para encorajar grandes emissores, para além das empresas dramaticamente afetadas pela crise e que tiveram de correr para se capitalizar. Ao mesmo tempo, o cenário está favorável para o investidor.

Junho deve terminar com 4,2 bilhões de reais de emissões (considerando o que já foi concretizado e o que deve fechar nos próximos dias) e a fila para julho já foi aberta. Há mais de 1 bilhão de reais em operações no forno. Os valores consideram a soma de certificados de recebíveis do agronegócio (CRAs) e debêntures — e uns parcos certificados de recebíveis imobiliários (CRIs) — que deverão chegar até o varejo.

Apesar de a lista de operações na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) mostrar forte atividade nos meses de abril e maio, aquelas emissões foram, em sua maioria, com prazos mais curtos, de negócios mais estressados pela crise e absorvidas pelos bancos — sem distribuição posterior para mercado o secundário (até o momento).

O paradigma mudou mesmo com a emissão de 800 milhões de reais em debêntures de dez anos feita pela Rumo em maio, para investimento na duplicação da malha ferroviária paulista. A colocação já oferecia prazo mais longo, taxa menos estressada e foi redistribuída pelos bancos no mercado secundário com boa demanda.

 

 

Fonte: Exame

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