Coronavírus impacta exportação de frango Halal
No próximo dia 24 de abril começa o Ramadã, período sagrado para os povos muçulmanos, que segue até 23 de maio. Neste mês em torno de 1,8 bilhão de muçulmanos pelo mundo fazem orações voltadas para Meca e jejum do nascer ao pôr do sol.
Com o advento do Covid19, as mesquitas foram fechadas para impedir a disseminação. Em períodos normais, organizações ou indivíduos de caridade erguem grandes tendas onde os muçulmanos podem se reunir e quebrar o jejum: elas são abertas a todos, permitindo que os menos afortunados também compartilhem uma refeição.
Com essas limitações devem ocorrer impactos na economia de países islâmicos. Como o Brasil é o maior exportador de carne de produtos hala do mundo esses efeitos já estão sendo sentidos. Como há menos encontros, há menos consumo e, consequentemente menos compra.
Um dos produtos brasileiros mais exportados para o Golfo Pérsico é o frango halal. De acordo com dados fornecidos pela ABPA – Associação Brasileira de Proteína Animal – a Arábia Saudita importou 3,2% de frango halal a mais em março deste ano quando comparado ao mesmo mês do ano passado. As exportações halal de carne de frango em março deste ano foram de 163,7 mil toneladas, queda de 4,5% em comparação a março de 2019. Quando comparado ao primeiro trimestre deste ano com o ano de 2019, houve queda de 1,3%.
Os países do Golfo registraram queda geral de 7,5%, com destaque para o Irã, om queda de quase 98% e Emirados Árabés, 29%. “Houve muitas mudanças políticas nas questões de exportações no mundo, além da peste suína africana, doença contagiosa que atingiu todo o rebanho chinês. Este fato fez com que a China comprasse mais frango de diversos países para atender a demanda interna do país”, comenta Ali Saifi, vice-presidente da Centro de Divulgação do Islã para América Latina e diretor-executivo da Cdial Halal.
Fonte: AgroLink