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Convergência de blocos deve beneficiar o Rio Grande do Sul

O acordo de livre-comércio entre Mercosul e União Europeia deve proporcionar muitas oportunidades para o Brasil, e em especial para o Rio Grande do Sul, na avaliação do presidente internacional do Conselho Empresarial da América Latina (Ceal), Ingo Plöger.

Para o especialista, o Estado pode atuar dentro da integração regional, pela proximidade com Uruguai, Argentina e Paraguai. “Negócios relacionados a smart cities e inteligência artificial (AI) na área do agronegócio são algumas das oportunidades para as empresas gaúchas, que já são referências mundiais neste sentido”, comentou o dirigente durante palestra promovida pela Câmara Brasil-Alemanha no Rio Grande do Sul, em reunião-almoço para empresários no Hotel Plaza São Rafael.

Na opinião de Plöger, “uma grande força gaúcha poderá ser levada à União Europeia”, considerando o potencial de serviços do Estado, que conta com “universidades com altas tecnologias desenvolvidas”. Ele aconselhou empresários a buscarem se aprofundar no que tem ocorrido na Europa na área de bioeconomia.

“Existe uma modernidade de serviços tecnológicos onde a aplicabilidade pode ser considerada.” O dirigente pontuou que um tema estratégico para ser trabalhado por entidades e associações comerciais gaúchas é a discussão de abertura da Bacia Paraná X Paraguai, para atração de investimentos e estudos da logística pluvial da região, podendo interligar vários países. “Estes dois rios abrangem o coração da produção agrícola e mineral da América do Sul. E a União Europeia pode ser um parceiro em buscar soluções de como fazer isso acontecer.”

O presidente do Ceal afirmou enxergar “potenciais extraordinários” para todo o País não somente na integração regional e na bioeconomia, mas também para temas envolvendo integração energética e sustentabilidade. “Há muitas oportunidades a curto e a longo prazo, tanto para exportação, quanto para importação e investimentos.”

Para o dirigente, haverá forte entrada de capital estrangeiro no País após as reformas em trâmite no Congresso, principalmente na área de infraestrutura e no segmento de serviços de saúde. Ao admitir que a imagem do Brasil “está muito prejudicada lá fora”, Plöger, alertou os empresários a necessidade de se “fazer um trabalho intenso” para melhorar a reputação do País. “Não vamos esconder nossos problemas, mas existem laços de amizade entre União Europeia e Brasil de longa data e temos que recuperá-los.”

O especialista dividiu o debate com o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil), Sergio Segovia, que destacou que “se o mercado interno não está bem o empreendedor olha para o mercado externo e obtém sucesso”, mas “abandona o cliente” quando a economia nacional melhora.

“Isso gera uma perda de credibilidade enorme”, advertiu. Ao sublinhar que o Brasil está prestes a ampliar sua inserção no mercado internacional, Segovia afirmou que a Agência tem se mantido pró-ativa na captação das empresas. “Temos trabalhado também indicadores para mapear oportunidades a partir do acordo entre Mercosul e União Europeia.” No Estado, produtos como o vinho estão entre os mais promissores, segundo o gestor.

Fonte: Jornal do Comércio

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