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Consumo de gás cai 9% em abril por menor despacho térmico, diz Abegás

O consumo de gás natural no Brasil em abril caiu 9% em relação ao mesmo mês do ano passado e recuou 9,9% ante março, para 52 milhões de metros cúbicos/dia (m³/d), principalmente devido a uma queda na demanda termoelétrica, informou à Reuters associação que representa as distribuidoras Abegás.

No acumulado do primeiro quadrimestre, o consumo nacional do insumo ficou praticamente estável, a 58,9 milhões de m³/d.

A redução do despacho termelétrico “tem puxado o resultado para baixo” do setor de gás, em meio a condições hidrológicas favoráveis para maior geração hidrelétrica, mais barata, notou o diretor de Estratégia e Mercado da Abegás, Marcelo Mendonça, em nota.

O consumo industrial, principal demanda de gás e importante sinalizadora do comportamento da economia, apresentou alta de 2,5% em abril ante março e subiu 0,7% quando comparado ao mesmo mês de 2018, para 28,3 milhões de m³/d. No acumulado do ano, subiu 2,7%.

“Hoje, a recuperação econômica é muito lenta. A gente vê que o consumo (total de gás) está no mesmo patamar que do ano passado. O que é necessário realmente para ter um crescimento de consumo gás natural é justamente trazer competição para esse o mercado”, disse Mendonça.

A Abegás faz coro com outros agentes do mercado por uma reforma regulatória no setor que possibilite, dentre outras coisas, um número maior de ofertantes do gás natural além da Petrobras.

A demanda por gás para geração elétrica em abril caiu 31,9% ante o mesmo mês de 2018 e recuou 36,1 ante março, para 11,6 milhões de m³/d. No acumulado dos quatro primeiros meses, o recuo foi de 7,4%.

“Vemos que em junho está até com bandeira verde, exatamente pelo aumento incidente de chuvas. Então isso é o que provoca a redução do despacho termelétrico”, disse Mendonça.

O setor automotivo, entretanto, evitou que a queda fosse maior. O consumo de Gás Natural Veicular (GNV) em abril teve um crescimento de 4,5% na comparação com abril de 2018 e alta de 1 por cento na comparação com março. No acumulado até abril registrou alta de 7,2%.

“A percepção do usuário é que o GNV continua competitivo apesar dos últimos aumentos. O preço de gasolina e álcool continuam muito elevados e o usuários em buscado a utilização do GNV para vencer nesse momento de crise”, afirmou.

Fonte: Reuters

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