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Companhia Docas e sindicato temem fim do Portus neste mês

A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), a autoridade portuária de Santos, e o Sindicato dos Trabalhadores na Administração Portuária (Sindaport) já trabalham com a possível liquidação do Portus, o fundo de previdência complementar dos funcionários das docas, ainda este mês. Atualmente, o fundo amarga um rombo financeiro de R$ 3,7 bilhões.

Diante deste cenário, dirigentes da Codesp e do Sindaport reforçaram que já estudam deixar o Portus e criar um novo fundo de previdência. Essa estratégia deve ser colocada em prática ainda neste mês.

As informações são do diretor-presidente da Codesp, Casemiro Tércio Carvalho, e do presidente do Sindaport, Everandy Cirino dos Santos, e foram reveladas na tarde de segunda-feira (12), durante sua participação no programa Fórum Porto & Mar, transmitido às segundas, às 15h, ao vivo, na página do Grupo Tribuna no Facebook.

Nos últimos meses, estudos foram feitos para solucionar, mesmo que parcialmente, a crise do Portus. Um plano, envolvendo o aumento da contribuição dos trabalhadores na ativa e a redução dos valores dos benefícios, chegou a ser apresentado, mas não teve a aprovação dos sindicatos da categoria em outros portos. Segundo a Advocacia-Geral da União, sem um consenso, a medida não pode ser adotada.

Diante deste impasse, a solução encontrada é retirar a Codesp como patrocinadora do Portus e criar um fundo de pensão exclusivo para seus funcionários, aposentados e pensionistas, afirmou Tércio. “A solução, realmente, é deixarmos o Portus antes de sua liquidação e termos nosso próprio fundo de pensão. Agora, falta formalizar”, explicou.

O plano está sendo negociado pela diretoria da Codesp. O Banco do Brasil e a Caixa são os dois bancos sondados para assumir a gestão do novo serviço.

No fundo a ser criado, não haverá um benefício fixo, mas uma contribuição fixa, destaca o presidente da Docas. “O beneficiário que desejar migrar receberá sempre de acordo com o saldo desse novo fundo”, afirmou.

Os atuais participantes do Portus – são 4.800 na região – serão convidados a mudar de plano de pensão. Se não desejarem, vão receber uma quantia relativa a suas contribuições – essa cifra está sendo calculada.

“Muitos pensão que isso é uma aposta, é um blefe. Mas não é blefe da União ou blefe do interventor (do Portus)”, destacou Everandy Cirino dos Santos, apontando que as próximas semanas serão “críticas” para o fundo de previdência e seus participantes.

Fonte: A Tribuna

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