Comércio desafia transporte marítimo com árabes
A rota comercial marítima entre Brasil e países árabes do Golfo ainda não tem uma conexão direta, mas os grandes operadores logísticos que atuam no País encontraram alternativas para atender quem faz negócios com o mundo árabe. As dificuldades e soluções encontradas na logística com o Oriente Médio foram apresentadas em um café da manhã com associados organizado pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira e intitulado “Logística marítima Brasil-países árabes: desafios e oportunidades para exportadores”.
Em um painel mediado pela diretora da Câmara Árabe, Suzana Chohfi, o gerente sênior de Mercados da transportadora dinamarquesa Maersk, Rodrigo Pestana, afirmou que é difícil estabelecer uma rota direta porque o Brasil exporta majoritariamente carga em contêineres refrigerados aos países árabes do Golfo. De lá, importa petróleo e fertilizantes em navios petroleiros e graneleiros, que formam outra modalidade de embarcação. Ou seja, um mesmo navio não consegue levar e trazer mercadorias porque as embarcações necessárias para transportar os produtos são diferentes.
Pestana afirmou que de 2021 para 2024 o comércio entre Brasil e países do Golfo cresceu aproximadamente 20% dentro dos negócios da empresa, porém o tipo de carga transportada se manteve estável: cerca de 66% refrigerada e 33% seca.
A solução que as empresas encontram para fazer a rota comercial entre Brasil e países do Golfo é utilizar portos de transbordo. São polos que recebem a mercadoria, embarcam em outro navio e a enviam para o seu destino.
De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) organizados pela Câmara Árabe, em 2024 o Brasil exportou US$ 23,6 bilhões aos 22 países árabes, principalmente em açúcares, carnes de aves, minério de ferro e milho e importou US$ 10,1 bilhões, majoritariamente em petróleo e derivados e fertilizantes. Para os países do Golfo, foram exportados US$ 11,1 bilhões, sobretudo em carnes de aves, açúcares, minério de ferro e carne bovina, e importados US$ 6,2 bilhões, especialmente em petróleo e derivados e fertilizantes.
De acordo com dados apresentados pelo gerente de Inteligência de Mercado da Câmara Árabe, Marcus Vinicius, 76% do que o Brasil exporta aos países árabes são produtos do agronegócio, enquanto 82% do que importa da região são petróleo e fertilizantes. A via marítima responde por 97% do total transportado e a via área, por 3%.
Fonte: Agência Anba