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Com queda nas importações, balança comercial fecha ano com superávit de US$ 51 bi, alta de 7%

Agropecuária foi o único setor a registrar crescimento nas exportações em 2020 e ajudou no resultado positivo da balança. O impacto da pandemia no comércio global causou um superávit na balança comercial brasileira de US$ 51 bilhões em 2020, resultado 7% maior do que no ano anterior, quando o saldo positivo foi de US$ 48 bilhões. O cálculo de variação é sobre a média diária, resultado do total dividido pelo número de dias no período.

Os números divulgados nesta segunda-feira pelo Ministério da Economia mostram que as importações fecharam 2020 em US$ 158,9 bilhões, um valor 9,7% (média diária) menor do que 2019, quando foi de US$ 177,3 bilhões. Já as exportações tiveram uma queda menor, de 6,1%, e registraram saída de US$ 209,9 bilhões no ano contra US$ 225,4 bilhões em 2019.

A queda maior nas importações fez com que a redução das exportações não causasse um déficit na balança. Com isso, o saldo fechou em US$ 51 bilhões positivos.

Em outro ponto, a corrente de comércio, que é a soma de exportações e importações e mostra o nível de integração do país nas trocas globais, foi de US$ 368,9 bilhões. O resultado é 7,7% inferior aos US$ 402,7 bilhões registrados em 2019.

Desde o início da pandemia, as importações vêm registrando níveis historicamente baixos por conta da redução na atividade econômica global e nacional. Já as exportações se mantiveram em níveis parecidos com anos anteriores por conta, entre outros fatores, da valorização do dólar, que torna os produtos brasileiros mais baratos no exterior.

Lucas Ferraz, secretário de Comércio Exterior do ministério da Economia, avalia que o resultado do comércio brasileiro foi muito guiado pelo ritmo da recuperação das economias asiáticas, que têm mostrado uma retomada mais rápida. A China, por exemplo, registrou alta de 4,9% no PIB no terceiro trimestre.

— A forte resiliência das exportações brasileiras foi em muito influenciada pelo ritmo de recuperação da região asiática, sobretudo a China, disse.

Para 2021, o cenário desenhado pelo Ministério da Economia é de recuperação. A previsão é de alta de 5,3% nas exportações, atingindo US$ 221,1 bilhões e nas importações, que chegariam a US$ 168,1 bilhões.

Se a projeção for concretizada, o saldo subiria para US$ 53 bilhões, alta de 3,9% na comparação com 2020 e a corrente de comércio cresceria 5,5%, chegando a US$ 389,2 bilhões.

Agronegócio

Outra razão importante foi o resultado do agronegócio, o único setor a registrar crescimento nas exportações em 2020. No cálculo da média diária, a alta foi de 6% em relação a 2019. No total, a exportação foi de US$ 45,3 bilhões em 2020 contra US$ 43 bi no ano anterior.

Entre os produtos que mais destacaram nas vendas para o exterior, o Ministério da Economia ressaltou o café não torrado, que teve crescimento de 9,6%, a soja, com alta de 10,5% e o algodão bruto, cujo as vendas cresceram 23,1%.

Para o próximo ano, a expectativa no mercado é de recorde no setor. Como mostrou O GLOBO, as projeções levam em conta prognósticos positivos para a colheita, que deve ser recorde, e a elevação do preço de commodities no mercado global.

Para comparação, a indústria extrativa teve queda de 2,7%, puxada pela baixa de 18,9% em óleos brutos de petróleo e de 33,8% de minério de alumínio. Na indústria de transformação, a queda foi de 11,3%, influenciada pela baixa na venda de plataformas, embarcações e outras estruturas flutuantes, de 89,1% e de celulose, que caiu 19,1% em 2020.

O resultado positivo da agropecuária fez com que a participação do setor no total das exportações aumentasse. Em 2019, era de 19,1% e subiu para 21,6% no ano passado. A indústria extrativa, apesar do resultado ruim, tambem aumentou sua participação de 22,4% para 23,3% em 2020. Quem perdeu espaço foi a indústria de transformação, que tinha 58% das exportações em 2019 e caiu para 54,7% no ano passado.

 

 

 

Fonte: O Globo

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