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Com energia mais cara no campo, produtores investem em usinas próprias de geração de energia em MT

A energia rural vai ficar mais cara em boa parte das propriedades do estado a partir do ano que vem, porque foram aprovadas as mudanças para as alíquotas de Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Pensando em economizar, muitos produtores estão investindo em usinas para a geração da própria energia nas propriedades.

As tecnologias avançam a cada dia no campo e muitos sistemas implantados nas propriedades rurais precisam de energia elétrica. É o que acontece na criação do avicultor Celso Denardi. Há 13 anos, ele trabalha com a criação de frangos e o consumo de energia é sempre alto.

Para baixar a conta, ele investiu na compra de 224 placas solares, que geram até nove mil quilowatts de energia hora mês. A energia gerada pelo sistema é distribuída para quatro barrações que alojam cerca de 80 mil frangos. A implantação para produzir a energia elétrica através das placas solares foi feita com a linha de financiamento.

Ele gastou R$ 326 mil, que serão pagos em 10 anos. “O consumo de energia elétrica dos aviários é alta e a gente agora fazendo esse investimento. Agora quase que equilibra o pagamento da energia com o pagamento do financiamento, mas depois, daqui a 10 anos, que a gente termina de pagar o financiamento e a gente não tem mais a despesa de financiamento e nem com a energia”, disse Denardi.

O sistema fotovoltaico, mais conhecido como sistema de energia solar, funciona por meio dessas placas ou módulos instalados nos telhados e até mesmo no solo. Elas fazem a captação dos raios solares e junto com o inversores transformam em energia elétrica. De acordo com a Associação Brasileira de Energia Fotovoltaica, o uso de placas solares na produção de energia elétrica na área rual ocupa a terceira posição perdendo apenas para uso em residências e comércios.

Mato Grosso tem usado cada vez mais esses sistema no campo . A tecnologia solar deu um salto muito grande em Mato Grosso. Em dezembro do ano passado, dados divulgados pela associação apontou o estado na 11ª colocação em todos os segmentos. Seis meses depois, passou a ocupar a 5ª colocação e no campo, a 3ª colocação.

“Isso nos desprende muito da rentabilidade, da sustentabilidade que esse sistema pode oferecer ao consumidor final. Os produtores rurais estão nos procurando e muitas vezes a gente não consegue chegar em todas as propriedades, mas estamos crescendo bastante, em 3º lugar na produção rural em Mato Grosso”, afirmou o engenheiro especialista em energia solar Merivaldo de Freitas Brito.

Para produzir mais de 600 mil frangos, um aviário em Nova Mutum precisa de uma boa climatização devido ao calor acima dos 30ºC. O uso da placa solar na geração de energia elétrica em três meses reduziu cerca de 90% na conta de luz.

O gerente da fazenda, Osni Ribeiro Ramos, disse que o custo com energia por lote era de R$ 7,8 mil por mês e que a energia solar o valor médio tem sido de R$ 300. “Por mais que o projeto é inicial e ainda estejamos no terceiro mês de produção de energia solar, já nos trouxe um benefício muito grande”, declarou.

O avicultor Luiz Divino disse que fez um financiamento no Banco do Brasil, no valor de R$ 3,2 milhões para construir nove usinas . São oito núcleos de aviários, além da sede, duas casas e três apartamentos .

Recentemente, a geração de energia por meio de fontes renováveis foi discutida na Assembleia Legislativa. O setor conseguiu a isenção do ICMS até 2027. Já a energia elétrica para a propriedade rurais vai subir. Apenas as unidades com consumo até 50 quilowatts ficam isentas da cobrança de ICMS.

As propriedades que consomem mais do que isso terão a conta de energia mais cara, o ICMS pode chegar a 20%. Por isso, esses produtores investiram no uso de placas solares nas propriedades.

O diretor de GD e Energias Renováveis Sindenergia, Carlos Rocha, disse que houve uma emenda do parlamento dando à isenção por oito anos para energias renováveis GD – geração distribuída entre elas energia solar fotovoltaica. A partir do dia 1º de janeiro até o dia 31 de dezembro de 2027, o que ocorre com relação a utilização da energia no campo.

Fonte: G1

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