Com capacidade de exportação, Alenquer deve colher cerca de 55 toneladas de juta até março
Expoente na região norte como produtor de juta, o município de Alenquer, no oeste do Pará, deve colher até o final do mês de março cerca de 55 toneladas da fibra que serve como revestimento interno de automóveis e como substituto de gesso na construção civil. Os trabalhos na região começaram em junho de 2017 com apoio da Emater.
O município paraense é o único que produz semeste de juta no Brasil e o trabalho é desenvolvido por famílias de comunidades ribeirinhas.
A atividade com a fibra vegetal tem grande potencial lucrativo e de complemento de renda para as 38 famílias envolvidas no processo de plantio e colheita. Toda a produção é enviada para a Companhia Têxtil de Castanhal (CTC), cuja demanda é crescente.
Com a alta procura do mercado, a Emater local trabalha para envolver mais comunidades e aumentar a área de plantio. “Como o plantio de fibra na várzea se dá no período de vazão das águas dos rios, entre os meses de agosto e setembro, e no período de invasão das águas, dezembro, os agricultores conseguem trabalhar com duas safras por ano, por isso a Emater local realiza trabalho constante com as comunidades para que os jovens, por exemplo, possam estar inseridos neste processo”, como explica o técnico em Agropecuária Waldomiro Ferreira.
As áreas de plantio nas comunidades somam 19 hectares, sendo que a média de produção de cada um chega a 3.500 toneladas. As comunidades envolvidas são: Suribimiri de baixo, Suribimiri de cima, Subiaçu, Arapiri, Centro do Arapiri, Urucurituba e Salvação, esta última com previsão de colheita de 22 toneladas da juta.
Cada imóvel possui cerca de 0,5 hectares de área plantada, com ciclo curto de três meses para colher, sendo que cada família recebe aproximadamente R$ 4 mil, o que totaliza R$ 154 mil no montante total. Na elaboração do projeto de resgate da cultura da juta, a Emater contou com a parceria da CTC da Prefeitura Municipal de Alenquer.
O que é juta?
A juta é uma planta utilizada como matéria-prima na indústria de sacaria, sendo de grande importância nesse segmento. As fibras secas também são utilizadas em algumas indústrias moveleiras, que empregam tecidos feitos com a juta como revestimento rústico, entre outras aplicações.
Fonte: G1