China Plus X: DHL orienta cadeias de suprimentos globais em meio à crise comercial
Em comunicado, empresa destacou estratégias de multishoring para mitigar riscos e aumentar eficiência.
ADHL Global Forwarding, divisão de frete marítimo e aéreo do DHL Group, anunciou que defende a adoção de estratégias multishoring, com distribuição das operações de produção ou serviços entre vários países ou regiões, superando a clássica filosofia “China Plus 1”, a fim de permitir que as empresas protejam as cadeias de suprimentos de perturbações globais e reforcem sua flexibilidade operacional.
Nos últimos anos, tensões geopolíticas, barreiras comerciais e eventos como a pandemia da COVID-19 realçaram a potencial fragilidade de cadeias de suprimentos. Um exemplo recente é o da movimentação tarifária dos Estados Unidos, que resultou na queda de importação de produtos chineses da ordem de 20%,em abril de 2025. Mesmo com esse desafio, o índice global de exportações chinesas cresceu 8,1% no período, impulsionadas por aumentos significativos nas vendas para países como Vietnã e Tailândia, 18% e 20% maior, respectivamente.
A manobra para garantir o aumento das exportações só foi possível pela capacidade de diversificação da atuação em regiões estratégicas, como o Sudeste Asiático, a Europa Meridional e Oriental, o Oriente Médio e a América do Sul, uma vez que oferecem infraestrutura e ambientes regulatórios cada vez mais favoráveis ao comércio.
Segundo o CEO da DHL Global Forwarding Brasil, Eric Brenner, a crise comercial entre grandes potências tem exigido do Brasil — especialmente de setores como o agronegócio e a indústria de base — estratégias logísticas mais ágeis, seguras e distribuídas. Para o executivo, o futuro das cadeias de suprimentos passa por uma estrutura flexível, sustentável e diversificada, capaz de resistir a choques externos.
“Na DHL Global Forwarding, temos apoiado empresas brasileiras a repensar suas rotas, acessar novos mercados e manter a competitividade, mesmo diante da pressão tarifária e outras fontes de instabilidade. Nossa presença global e expertise local é chave para apoiarmos nossos clientes na implementação de estratégias como o China Plus X, visando à estabilidade de longo prazo e eficiência operacional”, afirmou.
Confira os cinco motivos para escolher novos locais de produção em resposta à crise do comércio global, na avaliação da DHL Global Forwarding:
- A infraestrutura de transporte é primordial, pois abrange a capacidade, a qualidade e os tempos de trânsito para uma logística eficiente. Países como Vietnã e México, por exemplo, têm realizado investimentos significativos em suas redes de transporte.
- Uma análise abrangente da estrutura de custos também é vital. Isso inclui avaliar as despesas logísticas, os custos trabalhistas e o retorno sobre o investimento (ROI) total associados à realocação da produção para um país específico.
- A qualidade da infraestrutura de um país, tanto digital quanto física, tem um papel crítico nessa avaliação. Incluem-se aqui a capacidade de banda larga, as instalações de transporte e os progressos esperados.
- A disponibilidade de força de trabalho qualificada também é fator significativo. A Índia, por exemplo, vem investindo na educação de trabalhadores para as indústrias emergentes, como a de semicondutores.
- É essencial compreender o ambiente regulatório, a incidência de impostos, a aplicação de taxas alfandegárias, a imposição de tarifas e a participação em acordos comerciais, o que pode impactar significativamente a eficiência e os custos operacionais. Países emergentes buscam ativamente por acordos comerciais, apresentando potencial para oferecer ambientes cada vez mais atrativos para investimento estrangeiro. Nesse contexto, um compromisso de longo prazo pode representar uma vantagem competitiva.
Fonte: Mundo Logística