China deve pisar no freio em importações de petróleo após onda de compras
A China vai pisar no freio em suas importações de petróleo no terceiro trimestre, depois de compras recorde nos últimos meses, uma vez que a elevação nos preços impactou a demanda e em meio a preocupações de refinarias com uma segunda onda do coronavírus, disseram analistas e fontes comerciais.
A China importou um recorde de 1,13 milhão de barris por dia (bpd) de petróleo em maio, em volumes que devem crescer em junho e julho, à medida que compras de petróleo barato fechadas durante uma queda dos preços da commodity em abril chegam ao pais.
Com os preços do petróleo Brent de volta a níveis acima de 40 dólares e uma nova onda de casos de coronavírus gerando temores de que uma nascente retomada possa ser atrasada, operadores de mercado disseram que refinarias independentes já estão reduzindo suas compras.
Essas refinarias, conhecidas como “teapots”, respondem por um quinto das importações de petróleo da China.
“Com uma trajetória mais lenta de recuperação da demanda à frente, nós esperamos alguns cortes (no nível) de processamento nos próximos meses, o que poderia começar com algumas (refinarias) independentes”, disse Chen Jiyao, consultor em mercado de petróleo na FGE.
As consultorias SIA Energy e Rystad Energy também esperam que as importações caiam no terceiro trimestre na comparação com o segundo, mesmo com o país ampliando sua capacidade de refino.
As importações de petróleo da China devem retornar a níveis mais normais, com crescimento de 4,2% ano a ano no terceiro trimestre, abaixo do ritmo de expansão de 7,4% no segundo trimestre, disse o diretor da SIA Energy, Seng Yick Tee.
O analista de China da Energy Aspects, Yuntao Liu, estimou que as importações de petróleo do país devem somar 10,5 milhões de barris por dia em agosto e menos de 10 milhões de barris por dia em setembro, abaixo dos mais de 11,5 milhões de barris por dia em julho.
Fonte: Reuters