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China atrai exportador de café brasileiro

O avanço do hábito de beber café no lugar do chá, especialmente entre a população mais jovem, está fazendo da China o mais novo mercado promissor para as exportações do grão brasileiro. Faz dois anos, por exemplo, que a mineira Veloso Green Coffee começou embarcar café verde para o país asiático. São cafés finos, da variedade arábica, colhidos nos 5 mil hectares de Cerrado que a empresa cultiva no município de Carmo do Paranaíba (MG).

“Nossas vendas em volume para a China têm crescido 30% ao ano e já temos pedidos colocados para este ano inteiro e também o próximo”, conta Gabriel Veloso, trader internacional da empresa. Em 2018, a companhia exportou 192 mil sacas para cerca de 30 países e a China representa uma pequena parcela, de 5% a 10%. Por ser um café diferenciado, os chineses pagam entre 10% a 15% a mais do que o preço médio.

O avanço no fluxo de negócios com café, basicamente verde, entre Brasil e China já aparece nas estatísticas de exportações, apesar de a fatia do país asiático ainda ser muito pequena (0,46%) no total das vendas. No ano passado, os volumes embarcados para a China, a maior parte de café verde, cresceram 162% em relação ao ano anterior e somaram 162,9 mil sacas de 60 quilos. A receita de US$ 26,9 milhões avançou 143% em comparação com 2017, segundo o Conselho de Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

“Não foi uma surpresa o forte crescimento das exportações para a China”, afirma o presidente do Cecafé, Nelson Carvalhaes. Ele argumenta que o aumento do consumo dos chineses, que estão cada vez mais seguindo hábitos ocidentais, tem criado um mercado promissor para o grão. E o Brasil, como maior produtor e exportador mundial, surfa nessa onda.

Entre 2008 e 2018, o consumo de café na China passou de 300 mil sacas para 3,8 milhões de sacas, um aumento de mais de 1.000%, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. A produção local gira em torno de 2,5 milhões de sacas por ano.

Impulsionado pelo rápido avanço das cafeterias, Carvalhaes acredita que, o consumo anual chinês poderá atingir 10 milhões de sacas.

A americana Starbucks, por exemplo, tem mais de 3.600 lojas na China, que se tornou o mercado internacional de maior crescimento para a rede. Ela concorre com a Luckin Coffee, startup de Pequim que entrega em domicílio a bebida pronta para consumo.

Café como status
“Para o chinês jovem, consumir café é sinal de status, semelhante a carregar uma bolsa Channel para um ocidental”, diz o assessor da Comissão Nacional do Café da CNA, Maciel Silva. Apesar do potencial, um obstáculo ao avanço das exportações é o imposto. A China aplica tarifas de importação de 8% para café verde e de 15% para o café torrado e moído.

Fonte: Estadão Conteúdo

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