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Brasil registra déficit de US$1,134 bi nas transações correntes em fevereiro, melhor que esperado

O Brasil teve déficit em transações correntes de 1,134 bilhão de dólares em fevereiro, melhor que o projetado pelo Banco Central e que o dado observado um ano antes, puxado pelo desempenho positivo da balança comercial, divulgou a autoridade monetária nesta segunda-feira.

No mesmo mês do ano passado, o déficit havia sido de 2,043 bilhões de dólares.

O BC informou ainda que no mês os investimentos diretos no país (IDP) somaram 8,400 bilhões de dólares, também acima das expectativas.

No mês passado, o BC estimou que o déficit de fevereiro ficaria em 2,2 bilhões de dólares, com o IDP em 7 bilhões de dólares.

No acumulado do primeiro bimestre, o déficit em transações correntes é de 7,678 bilhões de dólares, menor que o rombo de 8,335 bilhões de dólares de igual período de 2018.

Para o ano, contudo, o BC estima uma piora no resultado.

Em dezembro, o BC previu que o déficit em 2019 seria de 35,6 bilhões de dólares, sobre saldo negativo em 14,509 bilhões de dólares de 2018, principalmente pela melhora na ponta das importações na balança comercial, em função de uma retomada mais forte da economia.

Mas a economia não vem reagindo com ímpeto até aqui, com os economistas ouvidos pela pesquisa Focus continuamente revisando para baixo suas contas para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB). Agora, a expectativa é que ele irá crescer apenas 2,0 por cento neste ano. Na semana passada, o próprio governo passou a ver uma alta de 2,2 por cento do PIB, ante 2,5 por cento antes.

O BC revisará suas projeções para as transações correntes no ano nesta quinta-feira, no Relatório Trimestral de Inflação.

Segundo o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, o resultado das transações correntes deve ficar superavitário em 2 bilhões de dólares em março, levando a performance do primeiro trimestre a um patamar melhor que o visto um ano antes.

Em fevereiro, a balança comercial ficou positiva em 3,161 bilhões de dólares, alta de 19,0 por cento sobre o mesmo mês do ano passado. Isso ocorreu num mês em que as exportações tiveram um recuo de 6,1 por cento, ao passo que as importações mostraram uma retração maior, de 10,6 por cento sobre o ano anterior.

“No mês não houve operações relativas ao Repetro. Porém, em fevereiro de 2018, foram registradas exportações de 1,5 bilhão de dólares e importações de 2,0 bilhões de dólares no âmbito desse regime, contribuindo para a contração da corrente de comércio na comparação interanual”, justificou o BC em nota.

O Repetro mudou a forma de aquisição de equipamentos de pesquisa e exploração de petróleo e gás natural pelas empresas do setor, com efeitos na contabilidade da balança comercial.

Enquanto isso, os gastos líquido de brasileiros no exterior ficaram praticamente estáveis em 761 milhões de dólares em fevereiro, sobre 794 milhões de dólares em igual período de 2018.

Já as remessas de lucros e dividendos para fora subiram 19,5 por cento, a 1,672 bilhão de dólares.

Fonte: Reuters

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