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Brasil deve fechar o ano com recordes no comércio externo, beneficiado pelas commodities

A combinação entre o aumento do volume exportado e os preços de commodities elevados vai fazer com que o Brasil colha mais um resultado recorde na balança comercial neste ano. Nas contas de bancos e consultorias, o superávit deste ano deve superar U$S 80 bilhões e pode chegar ao patamar de US$ 90 bilhões.

A força da balança comercial se transformou na grande notícia positiva da economia neste ano. As projeções para o superávit têm sido revisadas com frequência e revelaram uma conjuntura bem mais positiva do que a esperada. No meio deste ano, a expectativa era de US$ 70 bilhões.

Na virada de 2022 para 2023, a leitura dos economistas era a de que o mundo deveria enfrentar uma importante desaceleração da atividade econômica, o que poderia afetar a demanda dos países por produtos. Uma recessão nas principais economias sempre esteve no radar, mas esse cenário não se confirmou.

O Brasil é um grande exportador de produtos básicos e tem sido ajudado pelos bons preços de soja, petróleo, minério de ferro e milho no mercado internacional. De acordo com dados mais recentes divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia de Estatística (IBGE), a safra brasileira deve somar 313,3 milhões de toneladas, um resultado 19% maior do que o observado em 2022.

Nas vendas para o exterior, o País ainda se vale de fatores pontuais, o que tem contribuído diretamente para o aumento da quantidade exportada. A seca na Argentina, por exemplo, permitiu que os produtores brasileiros exportassem mais para o país vizinho.

As exportações explicam apenas parte do resultado da balança deste ano. O saldo comercial robusto também tem a ver com a queda na importação, diante de preços mais baixos de produtos comprados pelo País e pela perda de dinamismo econômico da economia local neste ano, sobretudo no segundo semestre, quando se espera uma desaceleração por causa dos efeitos da taxa básica de juros (Selic) elevada.

Recordes

Os números de 2023 da balança reforçam um cenário já conhecido da economia brasileira nos últimos anos. Desde a reabertura da economia global, depois de superada a pior fase da pandemia de covid, o Brasil tem se beneficiado da alta de preços das commodities.

Com os incentivos fiscais concedidos por inúmeros governos, a retomada da economia global foi mais rápida do que o esperado, contribuindo para o forte aumento das cotações de produtos exportados pelo Brasil. No ano passado, quando os preços atingiram um nível recorde, a economia brasileira registrou o maior superávit reportado até então. O saldo foi de US$ 61,5 bilhões, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e Serviços.

A manutenção de preços em patamares elevados vai ser fundamental para continuar a garantir ao Brasil um bom desempenho nas vendas internacionais. Em 2024, a expectativa de parte dos analistas é a de que o superávit será menor do que o de 2023, mas seguirá bastante robusto quando se olha para o histórico da balança comercial do País.

 

Fonte: Estadão

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