Oil & Gas

Bolsonaro manda investigar se há algum interesse especial em importar o diesel ao invés de se produzir no Brasil

A Petrobrás e os preços dos combustíveis continuam sendo uma preocupação do presidente Jair Bolsonaro. Ele disse hoje (3), em Brasília, que mandou investigar se há algum interesse especial que faça com que o Brasil refine menos petróleo para que tenha que importar mais óleo diesel, o que encareceria o preço do combustível no país.

O Presidente Bolsonaro deu essas declarações após uma reunião com os embaixadores dos países do Golfo Pérsico, realizada na residência oficial do embaixador do Kuwait: “Lamento informar, mas parece que nós poderíamos estar refinando mais. E há algum interesse, estamos apurando se isso é verdadeiro ou não, em refinar menos para nos obrigar a importar óleo diesel, o que encarece o produto final aqui no Brasil.” A impressão é que o presidente está botando as duas mãos em várias casas de marimbondos caboclos.

O presidente também disse ainda que foi relatado a ele na reunião desta quarta-feira (3) de que pode haver uma alta no preço do petróleo nas próximas semanas: “A notícia não é muito boa, obviamente. Eles acham que o preço ainda não está muito adequado. Pode ser que tenhamos uma alta do petróleo nas próximas semanas. Isso complica para a gente, porque nós queremos não interferir, como nunca interferimos.”

O Brasil produz mais petróleo que consome, mas a maior parte desse óleo deixou de ser refinado aqui, por uma estratégia de administrações anteriores e mantida pela atual. Aos poucos as refinarias foram deteriorando e agora precisam ser modernizadas. O Comperj ficou pelo caminho e o RNEST foi concluído incompleto a duras penas. O parque nacional de refino é antigo e não suporta grande parte do petróleo que é extraído no país hoje. Hoje, conforme noticiamos aqui, a Petrobrás, surpreendentemente, divulgou uma nota anunciando obras para produzir  Diesel S-10 na Refinaria Duque de Caxias, no Rio de Janeiro.

Bolsonaro continua com o firme propósito de trocar o mais rápido possível o presidente da Petrobrás. O atual, Roberto Castello Branco, agarrou-se na cadeira e diz que vai ficar até o último dia do seu mandato, dia 20 de março. Como não é inocente, talvez por vingança, sabe que a sua permanência indesejada, é um desgaste para o Presidente Bolsonaro que praticamente o demitiu publicamente. A atitude de Castello Branco parece a de um adolescente mimado e contrariado.

Está fazendo mal para companhia. Mas, até o desenlace, temos 17 dias.  De acordo com o Presidente Bolsonaro, o general  Joaquim Silva e Luna pode atuar em parceria com outros órgãos, como a Agência Nacional de Petróleo (ANP) ou o Inmetro, para combater fraudes e cartéis: “A Petrobrás pode colaborar com outros órgãos no combate a cartéis, adulteração de combustível e na questão de diversificarmos o máximo possível a questão das refinarias”.

Sobre a saída dos quatro membros do Conselho de Administração da Petrobrás, anunciada no final da noite de ontem (2), o presidente disse  que talvez  tenha sido em solidariedade ao atual presidente da estatal: “Conversei rapidamente com o Ministro Bento [Albuquerque] hoje e acho que resolveram sair por solidariedade. O que nós queremos é que o nome do Silva e Luna seja aprovado. Ele preenche todos os pré-requisitos”.

 

 

 

Fonte: Petro Notícias

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