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BNDES faz contraproposta para aceitar que Klabin compre Klabin

Dono de 7,5% do capital da empresa, banco gerou debate dentro do bloco de controle da companhia sobre acordo de royalties.  A questão dos royalties da família Klabin segue sem um desfecho na companhia fabricante de papel, um mês depois de o conselho de administração aprovar um acordo entre a empresa e os sócios controladores. O BNDES, maior acionista minoritário da Klabin, com 7,54% do capital total, se posicionou contra os termos sugeridos novamente e apresentou uma contraproposta com valores sensivelmente menores — cujas condições exatas seguem guardadas a sete-chaves.

A iniciativa disparou uma discussão entre os controladores. As holdings que controlam a Klabin abrigam diversas famílias. Conforme o EXAME IN apurou, os acionistas mais antigos estão menos dispostos a fazer alterações no que foi aprovado pelo conselho, enquanto as novas gerações estão mais abertas a ajustes. Alguns acreditam que o debate pode de fato levar a uma queda no preço do acordo, em patamar acima do sugerido pelo BNDES e abaixo dos que foi divulgado.

A companhia anunciou estar disposta a pagar 367 milhões de reais aos acionistas controladores, com a emissão de 92,9 milhões de ações ordinárias, para comprar definitivamente sua própria marca (sobrenome da família) e dar fim a um contrato de 25 anos que a obriga a pagar royalties pelo uso do nome — 1,37% da receita líquida das vendas de cartões e papelão ondulado. As ações serão usadas para incorporar a Sogemar, sociedade que detém os direitos, e equivalem a uma diluição de 1,65%.

Em termos absolutos, a proposta atual cresceu sobre sua primeira versão, de fevereiro de 2019, quando era de 344 milhões de reais, pois foi corrigida pelo CDI. Na ocasião, porém, o valor presente da perpetuidade do contrato era pouco superior a 700 milhões e esse total subiu para mais de 900 milhões de reais na atualidade. O que significa que em termos relativos o acordo embutiria um desconto maior. O total de ações a serem emitidas também foi reduzido, tal qual a diluição, que seria de 1,9%.

O BNDES rechaçou a operação em 2019. E agora, se mostra contrário aos termos da segunda. Entre a primeira e a segunda versão, houve alguma evolução. Antes, o banco havia dados sinais de que o contrato não tinha valor — defendia o mero cancelamento — e neste ano indicou que o encerramento poderia sim ter  algum preço. Antes da aprovação da nova operação, o banco sinalizou 140 milhões de reais. Esse montante, contudo, era apenas um indicativo. Agora, após o conselho da Klabin ter aprovado a versão atualizada, o BNDES fez uma contraproposta acima disso.

 

 

Fonte: Exame

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