Aviação comercial no Brasil registra queda de 93,09% da demanda
Resultado é o pior da série histórica iniciada em 2000 e reflete impacto da pandemia no setor aéreo.
O agravamento da crise provocada pela COVID-19 gerou uma redução de 93,09% na demanda por voos domésticos em abril, em relação ao mesmo mês do ano passado, enquanto a oferta de assentos recuou 91,35% na mesma comparação.
Ambos indicadores são os piores resultados mensais da série histórica iniciada em 2000, quando o então DAC (Departamento de Aviação Civil) passou a acompanhar os resultados mensais da aviação regular no Brasil.
Os dados foram compilados pela Associação Brasileira das Empresas Aéreas e incluem as operações de suas associadas Gol, Latam e Voepass/Map, além de agregar resultados das demais companhias aéreas nacionais.
Ainda que a demanda tenha apresentado uma drástica redução, a taxa de ocupação dos aviões ficou em 65,45% em abril, uma diminuição de 16,42 pontos percentuais na comparação anual, o que reflete ainda a necessidade de transporte aéreo. Ainda que a ocupação relativamente elevada tenha sido obtida pela concentração de dezenas de voos em um único horário.
O volume de passageiros transportados em voos nacionais teve retração de 94,55%, para 399.558 pessoas, pior resultado mensal em 20 anos.
Mercado internacional
O maior impacto foi nas rotas internacionais, especialmente por conta do fechamento de fronteiras e restrições sanitárias em diversos países, forçando uma queda no transporte de passageiros em 98,13% em março, diante do mesmo mês de 2019, enquanto a oferta recuou 96,42% na mesma base de comparação.
O aproveitamento dos aviões teve redução de 40,53 pontos percentuais, chegando a marca de 44,25%, quando foram transportados 9.210 passageiros, queda de 98,70%. Os indicadores são também os piores desempenhos mensais desde 2000, além de refletir uma das menores demandas para o mês de abril em várias décadas.
Cargas
Ainda que o setor cargueiro tenha apresentado bons números globais, a demanda por transporte aéreo de cargas no Brasil recuou 66,86% em abril, em relação ao mesmo mês do ano passado. Para o mercado internacional, a retração foi de 58,80%.
O desempenho na prática demonstra uma retração histórica de mais de 20 anos para o setor, ainda que com perspectivas de retomada no médio prazo. A situação no setor aéreo é considerada uma das mais delicadas no mundo, demandando uma série de medidas para amenizar os feitos no curto prazo. O Brasil estuda um pacote de ajuda as principais companhias aéreas, que será financiado por bancos privados com suporte do BNDES.
Fonte: Aero Magazine