Austrália quer atrair produtores e empresários brasileiros
Procura-se fazendeiros e empresários do agronegócio interessados em desbravar a região norte da Austrália. O recado foi dado por Richard Gregory Wallis, adido comercial da Embaixada da Austrália, a fazendeiros e empresários durante visita ao oeste baiano.
O australiano foi um dos convidados do Intercâmbio Agro Brazil, da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), que levou embaixadores e representantes de embaixadas para conhecer o potencial do agronegócio no oeste baiano.
Após visitar grandes e tecnificadas fazendas de grãos, algodão e pecuária, o adido disse que o empreendedorismo e espírito desbravador dos produtores que ele viu na região baiana seriam muito bem vindos no seu país.
“Fui surpreendido pelo espírito dos produtores na Bahia. Não pensava que a agricultura no Nordeste fosse tão desenvolvida. Em apenas 30 anos, produtores do Sul do Brasil fizeram da região uma potência no agronegócio. É como se fosse um pequeno Mato Grosso”, disse Wallis, que está no país há três anos.
Segundo ele, alguns fazendeiros da região já manifestaram interesse em conhecer a região norte da Austrália. “Vamos levar uma comitiva baiana para lá. Já levamos argentinos e produtores de Mato Grosso. Acho que alguns brasileiros devem acertar investimentos na Austrália ainda neste ano.”
Wallis, que atua como comissário sênior de negócios da Austrade (agência de promoção de exportação, investimento e educação do governo australiano), diz que seu país é muito atrativo para novos investimentos no agronegócio porque tem boa logística, infraestrutura e acesso fácil para exportação.
A região norte da Austrália, que compreende 40% do território, tem muitas áreas disponíveis, cerca de 60% dos recursos hídricos e 90% das reservas de gás do país, mas concentra apenas 1% da população, daí o interesse em atrair estrangeiros. “Tenho certeza que no futuro veremos brasileiros fazendo sucesso no agronegócio na Austrália.”
Aumentar a relação comercial com o Brasil também está no radar australiano. E há muito espaço para crescer. No ano passado, a Austrália foi o 56º no ranking das exportações brasileiras, com 0,2% do total. As vendas somaram US$ 469,97 milhões. Desse total, 11% veio do café e 6% do suco de laranja congelado, segundo dados do Ministério da Economia, Indústria, Comércio Exterior e Serviços.
Fonte: Globo Rural