Atualizações sobre o grave acidente com o Antonov AN-124
Conforme você pôde acompanhar aqui na última sexta-feira, 13 de novembro, uma grave ocorrência em voo terminou com uma excursão de pista no pouso do Antonov AN-124 Ruslan de matrícula RA-82042.
Na ocasião, o enorme cargueiro da empresa aérea russa Volga-Dnepr apresentou uma falha de seu motor nº 2 (posição interna na asa esquerda) logo após partir do aeroporto de Novosibirsk, na Rússia, e retornou imediatamente em emergência para pouso no mesmo local.
Durante o pouso, entretanto, vídeos mostraram que o Ruslan não foi capaz de parar dentro do limite de comprimento da pista, acabando no gramado com seus trens de pouso colapsados.
Fotos também revelaram que a fuselagem e a asa foram perfuradas por peças expulsas com altíssima energia do motor nº 2, que ficou bastante destruído, resultando em danos a diversos sistemas fundamentais do jato.
Agora, um comunicado emitido pela agência russa de aviação Rosaviatsia nesta terça-feira, 17, apresenta mais detalhes sobre o acidente, mostrando que a situação foi realmente tão grave quanto já parecia e poderia ter um desfecho catastrófico.
Segundo o reporte, o AN-124 partia com 6 tripulantes de voo e mais outros 8 tripulantes a bordo, além de 83,5 toneladas de carga. A falha do motor resultou em numerosos orifícios, não apenas na fuselagem e nas asas, mas também no pylon (suporte) do motor.
Como consequência, os diversos sistemas afetados levaram a falhas nos trens de pouso, controles de potência dos motores, controles de frenagem, nas comunicações de rádio e na alimentação elétrica da aeronave.
No retorno para a aproximação, os trens de pouso não responderam ao comando de abaixamento automático e precisaram ser baixados manualmente, mas, mesmo assim, o conjunto direito do trem de pouso do nariz não funcionou nem mesmo no modo manual, tendo se mantido recolhido até o final da ocorrência.
Sem controle adequado dos motores e dos sistemas de frenagem, o Antonov avançou por cerca de 300 metros após a cabeceira da pista, tendo seus trens de pouso destruídos.
Adicionalmente, segundo reporta o The Aviation Herald, vídeos posteriores ao momento do acidente mostram que o motor nº 1 (externo da asa esquerda) teria continuado funcionando por longas três horas, provavelmente por não ser possível cortar sua alimentação de combustível como consequência das falhas generalizadas causadas pelos danos.
Também segundo o AvHerald, o comandante do AN-124 comentou em entrevista que a falha do motor aconteceu a cerca de 300 metros acima do solo, com flaps ainda estendidos na posição de decolagem. Todo o fornecimento elétrico foi perdido, resultando na perda de instrumentos, freios, reversores de empuxo, entre outros.
A tripulação tentou estabelecer contato visual com a torre, porém, sem sucesso, pousou na pista 25 com muito pouca margem devido à baixa altura e à falta de controle adequado sobre a potência do motor. Depois de um toque suave, a saída de pista foi inevitável devido à perda de freios, spoilers e reversores de empuxo.
Fonte: Aeroin